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Revista-Politica-Ambiental-jun-Econ-Verde.pdf - José Eli da Veiga

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175<br />

ECONOMIA VERDE<br />

Desafios e<br />

oportuni<strong>da</strong>des<br />

Mecanismos de<br />

mercado para uma<br />

economia verde<br />

Peter H. May<br />

remuneração de serviços ambientais, por proprietários particulares, é proibi<strong>da</strong>,<br />

<strong>da</strong><strong>da</strong> inexistência desta figura na legislação, o que acaba exigindo a inclusão<br />

de empresas, cooperativas ou associações no processo, com seus respectivos<br />

custos de transação e, assim, diluindo a receita do provedor.<br />

O último caso refere-se à ação voluntária por parte de atores do setor<br />

privado. Nesses casos, basta uma vali<strong>da</strong>ção, por uma terceira parte, certificando<br />

o cumprimento com o objeto do contrato nos termos <strong>da</strong> redução de<br />

emissões e outros aspectos, como a inserção do projeto nos processos do<br />

desenvolvimento local e regional, conservação de biodiversi<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> água. A<br />

certificação independente é uma forma de regulação “sem Estado”, em que há<br />

a intermediação <strong>da</strong> relação entre produtores e consumidores, estabelecendo<br />

regras que comprovem – através de um grau adequado de confiança – que<br />

os processos produtivos obedecem a critérios de sustentabili<strong>da</strong>de (Kaechele,<br />

May et al., 2011). A proliferação de padrões de certificação independentes, sobretudo<br />

os oriundos <strong>da</strong>s articulações promovi<strong>da</strong>s por ONGs, configuram a real<br />

importância dessa vali<strong>da</strong>ção por terceiros, visto que se faz urgente a criação<br />

de um mecanismo capaz de superar um dos principais obstáculos <strong>da</strong> atração<br />

de recursos voltados aos mercados de serviços ambientais. A partir de 2009,<br />

96% do volume de CO 2 comercializado em projetos florestais já eram objeto<br />

de certificação independente (Hamilton, Chokkalingam et al., 2009).<br />

“Be t t e r REDD t h a n d e a d?”<br />

O tema redução do desmatamento como alvo <strong>da</strong>s negociações impôs-se no<br />

âmbito <strong>da</strong> regulação global na construção de uma agen<strong>da</strong> pós-Quioto, devido<br />

à falta de opções capazes de atingir as metas previstas.<br />

Nº 8 • Junho 2011<br />

O Brasil – que não é muito atrativo aos investimentos destinados às reduções<br />

de emissões de outros setores, visto que estes já se encontram relativamente<br />

“verdes” – é um dos maiores emissores de gases do efeito estufa devido ao<br />

persistente desmatamento. Apesar de ter-se recusado, por anos a fio, a entrar<br />

em negociações com os países do Norte para definir questões relaciona<strong>da</strong>s à<br />

ocupação <strong>da</strong>s suas fronteiras, o Brasil, indiscutivelmente, decidiu não entrar<br />

como pária nas negociações do novo acordo do clima e, portanto, se comprometeu<br />

em Copenhaguen, em 2009, a fazer cortes radicais no desmatamento<br />

ao longo dos próximos anos, reduzindo em 80% a taxa de desmatamento na<br />

Amazônia e 50% no Cerrado em comparação com uma linha de base dos 10<br />

anos anteriores. Esse acordo foi facilitado porque, desde um pico em 2005, a<br />

taxa de desmatamento vem diminuindo, havendo chegado em 2010 a um patamar<br />

quase 70% abaixo do pico. Mas ain<strong>da</strong> permanece uma área considerável<br />

de desmatamento anual a ser combatido. Boa parte dos novos desmatamentos<br />

decorre <strong>da</strong> expansão do pasto para gado de corte em municípios que possuem<br />

baixa capaci<strong>da</strong>de de governança ambiental.

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