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Revista-Politica-Ambiental-jun-Econ-Verde.pdf - José Eli da Veiga

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170<br />

ECONOMIA VERDE<br />

Desafios e<br />

oportuni<strong>da</strong>des<br />

Mecanismos de mercado<br />

para uma economia verde<br />

Peter H. May 1<br />

Ar g u m e n t o s e m p r o l d e u m a e c o n o m ia v e r d e<br />

Para alcançar uma “economia verde” é necessário assegurar a redução <strong>da</strong><br />

utilização de materiais e energia no processo produtivo de modo a permitir<br />

que a socie<strong>da</strong>de prospere sem necessariamente crescer (Daly, 1996, Jackson,<br />

2009 e Victor, 2008). Por outro lado, atores sociais destituídos <strong>da</strong>s benesses do<br />

capitalismo moderno – devido à má distribuição de riquezas – podem alcançar<br />

patamares de consumo mais elevados sem, no entanto, esgotar o capital natural.<br />

Assim sendo, as metas, aparentemente contraditórias, de decrescimento no<br />

Norte e “esverdeamento” do crescimento (com equi<strong>da</strong>de) no Sul representam<br />

a base para um diálogo propositivo em torno de um futuro sustentável e, além<br />

disso, configuram a plataforma para debate na Rio+20.<br />

O assunto analisado nesta breve contribuição discute a seguinte questão:<br />

até que ponto pode-se recorrer aos chamados “mecanismos de mercado” para<br />

assegurar a necessária transformação na utilização dos recursos naturais?<br />

Mais especificamente, como promover uma modificação guia<strong>da</strong> pelas fontes<br />

renováveis e pelo despejo de resíduos, de modo a convertê-los em insumos<br />

e não em desperdício?<br />

Esta análise pode parecer contraditória, pois propõe um caminho diametralmente<br />

inverso ao que historicamente move os agentes econômicos, visando<br />

a maximizar seus retornos. Somado a isso, há um reconhecimento de que o<br />

mercado tem impulsionado, paulatinamente, os atores econômicos ao crescimento<br />

– fun<strong>da</strong>mentado no rápido esgotamento dos recursos naturais e na<br />

geração de poluição – e ao alargamento do abismo entre ricos e pobres intra<br />

e entre os países. Este trabalho alinha-se à perspectiva contemporânea que<br />

reconhece limites nos mecanismos de mercado, abrindo, com isso, um lugar<br />

ao discurso estruturado na economia do meio ambiente.<br />

Apresentaremos, neste capítulo, uma introdução a alguns dos principais argumentos<br />

<strong>da</strong> economia do meio ambiente, tanto aqueles voltados à regulação<br />

Nº 8 • Junho 2011<br />

1. Professor Associado do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais em<br />

Desenvolvimento, Agricultura e Socie<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal Rural do Rio de<br />

Janeiro (CPDA/UFRRJ), coordenador do Mestrado Profissionalizante em Práticas de<br />

Desenvolvimento Sustentável (PPGPDS/UFRRJ), coordenador <strong>da</strong> linha de pesquisa em<br />

Biodiversi<strong>da</strong>de, Recursos Naturais e Culturais e pesquisador do Instituto Nacional de Ciência<br />

e Tecnologia em Políticas Públicas para Estratégias de Desenvolvimento (INCT-PPED),<br />

past president <strong>da</strong> International Society for Ecological <strong>Econ</strong>omics (ISEE), conselheiro <strong>da</strong><br />

Socie<strong>da</strong>de Brasileira de <strong>Econ</strong>omia Ecológica (ECOECO) e colaborador <strong>da</strong> Amigos <strong>da</strong> Terra-<br />

Amazônia Brasileira.

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