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Revista-Politica-Ambiental-jun-Econ-Verde.pdf - José Eli da Veiga

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81<br />

ECONOMIA VERDE<br />

Desafios e<br />

oportuni<strong>da</strong>des<br />

O Brasil e a<br />

economia verde:<br />

um panorama<br />

Francisco Gaetani<br />

Ernani Kuhn<br />

Renato Rosenberg<br />

e o relativo controle <strong>da</strong>s emissões provenientes <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça do uso do solo<br />

(desflorestamento) (CEPAL, 2010).<br />

O Brasil, no período 1990-2005, apresentou um crescimento percentual de<br />

emissões abaixo <strong>da</strong> média <strong>da</strong> região. Ain<strong>da</strong> assim, o Brasil é o maior emissor<br />

de gases do efeito estufa na região, correspondendo a mais de 50% <strong>da</strong>s suas<br />

emissões no período mencionado (CEPAL, 2010). Considerando-se o total<br />

de emissões de CO 2 equivalente no mesmo período, excluí<strong>da</strong>s as emissões<br />

decorrentes de uso <strong>da</strong> terra (Barbier, 2009), o país está em 7º lugar no mundo<br />

(2,6%), atrás de China (18,6%), Estados Unidos (18%), União Europeia (13%),<br />

Rússia (5,1%), Índia (4,8%) e Japão (3,5%). Cabe ressaltar que, no Brasil, a<br />

maior parcela de emissão de GEE advém <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça do uso <strong>da</strong> terra que,<br />

caso fosse considerado nesse cálculo, elevaria o país certamente a um dos<br />

maiores emissores mundiais.<br />

As principais fontes de emissão em nível mundial concentram-se no setor<br />

energético (65%), seguido pelo setor agropecuário (14%) e pelas emissões<br />

causa<strong>da</strong>s pela mu<strong>da</strong>nça do uso do solo (12%). As fontes de emissão para<br />

América Latina e Caribe têm uma estrutura distinta, de modo que as origina<strong>da</strong>s<br />

pela mu<strong>da</strong>nça do uso do solo representam quase metade do total regional,<br />

enquanto o setor energético participa com 28% e a agricultura, com 20% (CE-<br />

PAL, 2010). Isso mostra que as estratégias de mitigação na América Latina<br />

devem considerar tanto as emissões relativas ao consumo de energia como,<br />

prioritariamente, o nível de desflorestamento e degra<strong>da</strong>ção do solo.<br />

Ao se considerarem as emissões de GEE per capita em 1990 e em 2005, o<br />

Brasil vem ocupando a posição de 4º maior emissor <strong>da</strong> região, atrás somente<br />

<strong>da</strong> Bolívia, <strong>da</strong> Venezuela e de Trini<strong>da</strong>d e Tobago. Considerando as emissões<br />

de CO 2 por consumo de energia e produção de cimento (2005), o Brasil está<br />

abaixo dos níveis dos países <strong>da</strong> América Latina e do Caribe (CEPAL, 2010).<br />

Nº 8 • Junho 2011<br />

Quando falamos em mu<strong>da</strong>nças climáticas no Brasil, na condição de grande<br />

emissor de GEE, o país já adotou postura pró-ativa ao assumir metas voluntárias<br />

no âmbito <strong>da</strong> Convenção-Quadro <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s sobre Mu<strong>da</strong>nças<br />

do Clima e do Protocolo de Quioto. O país se responsabilizou, por meio <strong>da</strong><br />

sua Política Nacional sobre Mu<strong>da</strong>nça do Clima (Governo Federal, 2008), a<br />

reduzir entre 36,1% e 38,9% as suas emissões projeta<strong>da</strong>s para o ano de<br />

2020. Em termos concretos, isso significa reduzir cerca de 6% suas emissões<br />

relativas ao ano base de 2005 até o ano de 2020, o que é equivalente a cerca<br />

de 132 milhões de tonela<strong>da</strong>s de carbono equivalente. Essa postura deverá ter<br />

impacto positivo, se não fun<strong>da</strong>mental, em futuras negociações do Protocolo<br />

de Quioto.

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