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Revista-Politica-Ambiental-jun-Econ-Verde.pdf - José Eli da Veiga

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45<br />

ECONOMIA VERDE<br />

Desafios e<br />

oportuni<strong>da</strong>des<br />

Perspectivas<br />

internacionais para<br />

a transição para uma<br />

economia verde de<br />

baixo carbono<br />

Eduardo Viola<br />

1. As g r a n d e s p o t ê n c ia s e a s p o t ê n c ia s m é d ia s n a<br />

t r a n s iç ã o p a r a u m a e c o n o m ia d e b a ix o c a r b o n o<br />

Os EUA continuam sendo o país mais importante nas negociações internacionais<br />

sobre o clima, por ser o segundo grande emissor e por continuar<br />

tendo o maior potencial de inovação tecnológica de impacto mundial na direção<br />

do baixo carbono (Giddens, 2009). Os EUA emitem, anualmente, 5,8<br />

bilhões de tonela<strong>da</strong>s de dióxido de carbono equivalente, correspondentes a<br />

19% do total de emissões mundiais, 19 tonela<strong>da</strong>s per capita e 0,4 tonela<strong>da</strong>s<br />

de carbono por ca<strong>da</strong> US$ 1.000 de PIB. É um dos países com maior taxa de<br />

emissões per capita do mundo. É uma economia que opera com relativa alta<br />

eficiência energética e baixa intensi<strong>da</strong>de de carbono em termos globais, mas<br />

que apresenta uma <strong>da</strong>s mais altas intensi<strong>da</strong>des entre os países desenvolvidos<br />

– supera<strong>da</strong> apenas por Canadá e Austrália – devido à combinação de matriz<br />

energética basea<strong>da</strong> no carvão e petróleo com a alta utilização do avião e do<br />

automóvel individual no transporte. As emissões dos EUA crescem 0,8 % ao<br />

ano neste século.<br />

Existe uma forte diferença entre os primeiros seis meses do governo Obama<br />

e o período posterior. No início, houve sinais de que a nova administração<br />

enfocaria as crises econômica e climática como processos interligados e que<br />

deveriam ser resolvidos simultaneamente, <strong>da</strong>ndo um impulso decisivo para a<br />

descarbonização <strong>da</strong> economia. O programa econômico de emergência para<br />

a recuperação de curto prazo <strong>da</strong> economia era compatível com as metas de<br />

médio e longo prazo <strong>da</strong> plataforma Obama: expansão <strong>da</strong>s energias renováveis,<br />

upgrade <strong>da</strong> rede de transmissão elétrica nacional, promoção do transporte<br />

coletivo (particularmente trens de alta veloci<strong>da</strong>de) nas regiões metropolitanas<br />

e incentivos a todos os setores econômicos que criassem novos empregos<br />

verdes em geral. O programa de emergência era diferente de um programa<br />

clássico de expansão do gasto público e era sinérgico com o objetivo estratégico<br />

de aumentar a segurança energética (Friedman, 2009).<br />

Nº 8 • Junho 2011<br />

A lei Waxman de energia e clima – que impunha um sistema de tetos e<br />

cotas de emissão de carbono – foi aprova<strong>da</strong> pela Câmara de Deputados em<br />

<strong>jun</strong>ho de 2009 e ficou paralisa<strong>da</strong> no Senado no segundo semestre em função<br />

<strong>da</strong> priori<strong>da</strong>de <strong>da</strong><strong>da</strong> pela administração Obama à reforma <strong>da</strong> saúde, até ser<br />

abandona<strong>da</strong> oficialmente pelos democratas em julho de 2010. Em início de<br />

2011, o quadro era muito diferente dos primeiros meses de governo Obama,<br />

com um fracasso de suas principais iniciativas. Vários fatores explicam esse<br />

fracasso: polarização bipartidária extrema no Congresso norte-americano<br />

com consequente paralisia legislativa e crise de governabili<strong>da</strong>de; alta taxa<br />

de desemprego erodindo a populari<strong>da</strong>de de Obama; derrota do Partido Democrata<br />

nas eleições legislativas de 2010; ofensiva do Partido Republicano<br />

contra o IPCC em função de alguns erros cometidos no relatório de 2007 e de<br />

procedimentos duvidosos de formação de consenso; on<strong>da</strong> de frio extrema no

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