100<strong>em</strong>preendimento limitador por qu<strong>em</strong> t<strong>em</strong> <strong>em</strong> mãos o controle <strong>da</strong> nação, ou que pelo menost<strong>em</strong> historicamente tentado construí-lo.O limite <strong>da</strong> <strong>cultura</strong> nacional vai até onde os sujeitos sociais colaboram com acoesão nacional e tal coesão significa ser pró-castrista ou então permanecer na neutrali<strong>da</strong>deque conforma a condição do projeto nacional <strong>cuba</strong>no socialista nos moldes traçados pelopoder oficial. Os discursos que põ<strong>em</strong> <strong>em</strong> questão a concepção de nação como únicaencontram-se fora <strong>da</strong> finitude <strong>da</strong> coesão nacional, são os desclassificados, política e<strong>cultura</strong>lmente, e compõ<strong>em</strong> uma estatística numerosa de exilados. É um contingenteimportante que t<strong>em</strong> conquistado respeito de outras territoriali<strong>da</strong>des nacionais, pelaintervenção de seu trabalho, seu idioma, sua <strong>da</strong>nça, sua capaci<strong>da</strong>de literária, cin<strong>em</strong>atográfica,musical, artística e de interação com a <strong>cultura</strong> estrangeira.Juntamente com a respeitabili<strong>da</strong>de internacional que esse contingente de exilados<strong>cuba</strong>nos conquistou, adversi<strong>da</strong>des também são encontra<strong>da</strong>s no mundo exterior, por vezes coma hostili<strong>da</strong>de de uma xenofobia de ord<strong>em</strong> política, própria de parte do pensamentoheg<strong>em</strong>ônico norte-americano <strong>em</strong> relação a um mundo ideologicamente oposto. Marc Guiblinanalisa a obra de Jesús Díaz De la Pátria y el Exílio publica<strong>da</strong> <strong>em</strong> 1979 <strong>em</strong> que narramomentos de dificul<strong>da</strong>de de integração <strong>cuba</strong>na <strong>em</strong> seu exílio nos Estados Unidos, junto aos<strong>cuba</strong>nos já estabelecidos na Flóri<strong>da</strong>, acentuando questões de ord<strong>em</strong> psíquica no encontro entreestes últimos com os <strong>cuba</strong>nos que chegam. Pois uma parcela dos <strong>cuba</strong>nos já instalados nosEstados Unidos se apropriou do sentimento de rejeição que a política oficial norte-americanaimpôs, criando probl<strong>em</strong>as de identi<strong>da</strong>de entre os próprios <strong>cuba</strong>nos, como pode ser observadono trecho abaixo:Lês codes de comport<strong>em</strong>ent social ont elabore dês mécanismes de défense(de la parte de l’exilé aux Etats-Unis ou du Cubain qui accueille cetteBrigade), un sentiment de culpabilité qui se traduit par um rejet du paysd’accueil (atavisme) où il se sent étranger, um sentiment de souffrance, unesorte d’automarginalisation concrétisée par um rass<strong>em</strong>bl<strong>em</strong>ent <strong>da</strong>ns ummilieu de rencontre essentiell<strong>em</strong>ent constitué par dês Cubains (la Flori<strong>da</strong>).Tous ces points né peuvent répondre efficac<strong>em</strong>ent à la question de l’identitéposée par Jesús Díaz: ‘¿Hubo un momento en el que ustedes se perdieroncomo <strong>cuba</strong>nos?’ 156156 GUIBLIN, Marc. Approche de l’oeuvre de Jesúz Díaz (Cuba). Disponível <strong>em</strong>:www.perso.club-internet.fr/mguiblin/DiazIndice.htm. p.7
101Madeline Cámara, numa citação de Amy Kaminsk 157 refere-se também ao estadopsíquico do exílio <strong>em</strong> outra dimensão, o <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong>de que representa a condição subjetivado sair desejando ficar, ou lutar fora, ou simplesmente esquecer:Anhelos, nostalgia, deseo de regreso y miedo de regresar son to<strong>da</strong>s marcasdel exilio. Aún más el exilio político, que es a la vez que<strong>da</strong>rse fuera y<strong>sob</strong>revivir, implica y una compleja relación con los que que<strong>da</strong>ron en laPatria. Sentimientos de culpa por haber <strong>sob</strong>revivido abandonando a losd<strong>em</strong>ás, y un sentido de responsabili<strong>da</strong>d por mantener la <strong>cultura</strong> natal viva yseguir luchando contra la opresión, a menudo coexisten con deseos deolvi<strong>da</strong>rse de todo y descansar. Exilio es a la vez dislocación física ysíquica. 158A citação acima envolve todo um estado de perturbação interior <strong>em</strong> que vive umexilado. Seus sentimentos percorr<strong>em</strong> diferentes caminhos e se confund<strong>em</strong> entre a sau<strong>da</strong>de, odesejo de regressar e o receio de ser estigmatizado <strong>em</strong> seu retorno; o <strong>da</strong> culpa por ter saído econseguido se estabelecer fora, deixando seus familiares e amigos enfrentando todo tipo deadversi<strong>da</strong>de, como se fosse um abandono; o compromisso que carrega <strong>em</strong> continuar a lutapolítica e levar sua <strong>cultura</strong> adiante fora do país.Outro el<strong>em</strong>ento subjetivo que o exílio traz quanto ao sentimento de culpa no quese refere à maioria dos fun<strong>da</strong>dores <strong>da</strong> <strong>revista</strong> Encuentro de la Cultura Cubana, é de tercolaborado com a luta revolucionária de 1959 e ter participado de sua construção até os anosde 1990, mesmo travando uma luta interna. Porém, para o exilado livrar-se <strong>da</strong> culpa que s<strong>em</strong>anifesta no momento <strong>em</strong> que sai do país, renunciando àquilo que ajudou construir e verruír<strong>em</strong> suas expectativas, frustrar<strong>em</strong> suas tentativas de uma mu<strong>da</strong>nça de rumo político, e doque isto significa para qu<strong>em</strong> fica e continua lutando, é também um esforço psíquico desuperação. Pois sua saí<strong>da</strong>, representa uma ruptura na resistência interna e talvez estejareforçando ou contribuindo <strong>em</strong> manter o modelo político de seu país, na visão de qu<strong>em</strong>permanece. Por isso a caracterização do exílio do período mencionado é de uma posição detolerância, que busque a aproximação entre qu<strong>em</strong> fica e qu<strong>em</strong> sai, sendo a heterogenei<strong>da</strong>de,presente <strong>em</strong> ambos os lados, o el<strong>em</strong>ento de negociação capaz de minimizar os confrontosabertos e as angústias que têm marcado a história <strong>da</strong> relação entre Cuba e o exílio.157 Amy Kaminsky é especialista <strong>em</strong> teoria literária f<strong>em</strong>inista, <strong>em</strong> filmes latino-americanos, literatura hispânicae latino-americana e possui várias pesquisas <strong>sob</strong>re exílio e identi<strong>da</strong>de nacional. É professora pela University ofMinnesota <strong>em</strong> Minneapolis (EUA).158 KAMINSK, Amy. “The presence in Absence of Exile”. Reading the Body Politic: F<strong>em</strong>inist Criticism andLatin American Women Writers. Minneapolis: Minnesota UP, 1993: 27-47. apud: CÁMARA, Madeline. Haciauna utopía de la resistencia. Revista Encuentro… Madrid. Primavera/Verano de 1997. Vol. 4/5. p.152
- Page 1 and 2:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁSFACUL
- Page 3 and 4:
3Goiânia2006MARIA MARTHA LUÍZA CI
- Page 5 and 6:
5AGRADECIMENTOSÀ professora e orie
- Page 7 and 8:
7RESUMOO objetivo deste trabalho é
- Page 9 and 10:
9LISTA DE TABELASNúmero Descriçã
- Page 11 and 12:
111. INTRODUÇÃORetratar a histór
- Page 13:
13Ou seja, que outros discursos tê
- Page 16 and 17:
16especificidades da fundação da
- Page 18 and 19:
18movimento de imagens e reflexões
- Page 20 and 21:
20discurso representativo alerta pa
- Page 22 and 23:
22As referências teóricas sobre e
- Page 24 and 25:
24O momento da globalização apres
- Page 26 and 27:
26aproximadamente 34% do PIB. Diant
- Page 28 and 29:
28Holly Ackerman, que aspiravam con
- Page 30 and 31:
30da cultura cubana tem sido criar
- Page 32 and 33:
32perderam seus bens e capitais e b
- Page 34 and 35:
34acolhimento da produção narrati
- Page 36 and 37:
36da identidade cultural cubana par
- Page 38 and 39:
38Tabela 1: Fundadores da Revista E
- Page 40 and 41:
40de la diáspora y otros especiali
- Page 42 and 43:
422.4. JESÚS DÍAZ E SUA ÉPOCAA v
- Page 44 and 45:
44ilustrar a presença dessa concep
- Page 46 and 47:
46aspiravam seus colaboradores. Mas
- Page 48 and 49:
48Outro fator relevante para sua de
- Page 50 and 51: 50As tabelas abaixo mostrarão o qu
- Page 52 and 53: 52Tabela 2.2: Colaboradores Cubanos
- Page 54 and 55: 54sociedad una de sus principales l
- Page 56 and 57: 56En nuestras páginas hallarán ca
- Page 58 and 59: 58VENEZUELA 3 0,60Total 499 100Font
- Page 60 and 61: 60GEÓGRAFO 1 0,20HISTORIADOR(A) 34
- Page 62 and 63: 62temas dos artigos levou à compre
- Page 64 and 65: 64De um modo geral, os dados acima
- Page 66 and 67: 66contexto cubano atual está regis
- Page 68 and 69: 68mediar uma representação cultur
- Page 70 and 71: 70reflete sobre o caráter transgre
- Page 72 and 73: 72intereses de la nación entera, n
- Page 74 and 75: 74Na perspectiva da chamada histór
- Page 76 and 77: 76que se repite (1989), explicita a
- Page 78 and 79: 78Nuestra aspiración es abrir una
- Page 80 and 81: 80várias histórias e culturas int
- Page 82 and 83: 82se a estigmatização de seu opos
- Page 84 and 85: 84efectiva mi gestión promoviendo
- Page 86 and 87: 86atitude fundamentalmente própria
- Page 88 and 89: 88“With the Cold War over and new
- Page 90 and 91: 90Gastón Baquero interessa como es
- Page 92 and 93: 923.2. EXÍLIO - A IDENTIDADE DO OU
- Page 94 and 95: 94territorial e identitário único
- Page 96 and 97: 96partir do movimento de emigrados
- Page 98 and 99: 98Enfim, o que está sendo ressigni
- Page 102 and 103: 102Raul Rivero 159 expressa um outr
- Page 104 and 105: 104These formations have all been o
- Page 106 and 107: 106qualquer ameaça de um possível
- Page 108 and 109: 108En Cuba, cada escritor o artista
- Page 110 and 111: 110mais privada das emoções priva
- Page 112 and 113: 112Encuentro de la Cultura Cubana c
- Page 114 and 115: 114Em uma resenha produzida por Man
- Page 116 and 117: 116referem diretamente à experiên
- Page 118 and 119: 118mencionados. Há um trecho em se
- Page 120 and 121: 120...Cuba es un país gravemente e
- Page 122 and 123: 122Numa entrevista a Tomás Gutiér
- Page 124 and 125: 124categorias mais do que mencionar
- Page 126 and 127: 126diante da impossibilidade da qua
- Page 128 and 129: 128Essa correlação configura uma
- Page 130 and 131: 130segundo capítulo, também confi
- Page 132 and 133: 132incluido no conjunto de assinatu
- Page 134 and 135: 134Por cortesía de Eduardo Muñoz
- Page 136 and 137: 136confirmada pela carta de Jeanett
- Page 138 and 139: 138Na carta de Rolando Sánchez Mej
- Page 140 and 141: 140condenem seus antecessores, a cu
- Page 142 and 143: 1421960, e ainda adverte sobre o pe
- Page 144 and 145: 144finalidade elaborada para interp
- Page 146 and 147: 146inmejorable de información y do
- Page 148 and 149: 148Estoy interesado en completar mi
- Page 150 and 151:
150No dejen de publicar la verdad,
- Page 152 and 153:
152contrária às polaridades negat
- Page 154 and 155:
154expresión cultural cubana. ANDR
- Page 156 and 157:
156migratórios conduzem a uma aber
- Page 158 and 159:
158representar para a história de
- Page 160 and 161:
160destacou a repercussão que esta
- Page 162 and 163:
162Soy un poeta y ensayista cubano
- Page 164 and 165:
164números de Encuentro y como es
- Page 166 and 167:
1665. CONCLUSÃOA conclusão de um
- Page 168 and 169:
168contempla as diferenças nas ins
- Page 170 and 171:
170O intercâmbio de idéias aproxi
- Page 172 and 173:
172__________. El fin de otra ilusi
- Page 174 and 175:
174MONREAL, Pedro. Las remesas fami