158representar para a história de Cuba e para sua produção historiográfica, a presença de umanarrativa de um contraponto à oficialmente determinante.A última carta seleciona<strong>da</strong> para a discussão <strong>sob</strong>re identi<strong>da</strong>de é simples na forma esignificativa <strong>em</strong> seu conteúdo. Ressalta a proximi<strong>da</strong>de entre os <strong>cuba</strong>nos por meio <strong>da</strong> <strong>revista</strong>por traduzir os el<strong>em</strong>entos que simbolizam a <strong>cultura</strong> popular, o seu cotidiano como “la música,el béisbol, el himno, la bandera, el tamal, el lechón assado, el arroz con frijoles o la materva”como pode ser observa<strong>da</strong>:Unas líneas para felicitarlos por el gran trabajo que realizan en mantenernoscerca a todos los <strong>cuba</strong>nos a través de la Revista Encuentro de la <strong>cultura</strong><strong>cuba</strong>na.Creo que todos deb<strong>em</strong>os buscar las cosas que nos unen como pueblo, ya seala música, el béisbol, el himno, la bandera, el tamal, el lechón asado, el arrozcon frijoles o la materva…. ÁNGEL W. PADILLA PIÑA. (San Juan dePuerto Rico. 1999. vol 12/13. p.264)Novamente o leitor Ángel W. Padilla contribui com sua intervenção, deixandoclaro os el<strong>em</strong>entos <strong>da</strong> <strong>cultura</strong> <strong>cuba</strong>na que referenciam a proximi<strong>da</strong>de identitária entre seusconterrâneos, e se vê<strong>em</strong> representados por estes el<strong>em</strong>entos talvez mais do que por umatendência política. Aqui também se expressa o sentido que une os <strong>cuba</strong>nos correspondendo aosignificado de “<strong>cultura</strong> una”, abor<strong>da</strong>do no editorial do volume 1, e de “comuni<strong>da</strong>deimagina<strong>da</strong>" de Benedict Anderson, analisados no terceiro capítulo desta dissertação.4.2.4.2. A TEMÁTICA DA RECONCILIAÇÃO NAS CARTAS À REVISTAENCUENTRO DE LA CULTURA CUBANAO t<strong>em</strong>a <strong>da</strong> reconciliação se reproduz nas cartas porque t<strong>em</strong> sido uma questãohistórica a ser compreendido entre os <strong>cuba</strong>nos, e mais que isto, trata-se de ser colocado comosaí<strong>da</strong> para uma mu<strong>da</strong>nça o menos trágica possível dentro <strong>da</strong> frágil relação delinea<strong>da</strong> entresocie<strong>da</strong>de e suas estruturas de poder. A reconciliação é o signo que norteia o discursoenunciado pelas cartas <strong>em</strong> diálogo com os artigos <strong>da</strong> <strong>revista</strong>. A ruptura com o binarismo<strong>cultura</strong>l e político narrado <strong>sob</strong>re diferentes códigos – como os de “dentro” e os de “fora”,“revolucionários” e “anexionistas”, os de “cá” e os de “lá”, “amigos” e “inimigos” <strong>da</strong> naçãoou <strong>da</strong> revolução, e uma infini<strong>da</strong>de de dualismos que a história pós-revolução de 1959construiu – apresenta-se como expectativa dessa comuni<strong>da</strong>de de leitores que se junta a dos
159autores <strong>em</strong> torno de uma narrativa que traduza a incorporação <strong>da</strong> imag<strong>em</strong> do Outro,continuamente nega<strong>da</strong>, à identi<strong>da</strong>de <strong>cultura</strong>l <strong>cuba</strong>na <strong>em</strong> sua diversi<strong>da</strong>de. Reafirma-se arelação entre as diferenças de Um e Outro para que a <strong>cultura</strong> se mova, não pela negação quecristaliza todo obscurantismo de uma visão exclusivista ou essencialista.No volume dois a carta de Daniele Capanelli <strong>da</strong> Universitá di Pisa d<strong>em</strong>onstracomo a reconciliação entre os <strong>cuba</strong>nos de “dentro” e de “fora” pode percorrer um caminhodiferente que garanta a existência de uma “socie<strong>da</strong>de plural”. É importante ressaltar nessacarta a condição esboça<strong>da</strong> de um diálogo que não seja produto de centro de poder e n<strong>em</strong>promovido por enti<strong>da</strong>de política ou partido político, expressa uma linha de pensamentoindependente que aspira uma mu<strong>da</strong>nça pela presença e influência do debate de idéias. Odesgaste <strong>da</strong>s instituições de poder t<strong>em</strong> provocado a falta de confiança de parte do pensamento<strong>cuba</strong>no, como se pode perceber <strong>da</strong> expressão <strong>da</strong> leitora, que não vê saí<strong>da</strong> d<strong>em</strong>ocrática noâmbito <strong>da</strong>s estruturas oficiais e, <strong>da</strong> mesma forma <strong>da</strong>s organizações de cunho partidário nãooficiais. A carta aponta uma reconciliação que não seja manipula<strong>da</strong> por nenhuma destasesferas de atuação política e deixa entender que, para alcançá-la, é através dorestabelecimento dos direitos sociais conjugados com a justiça, s<strong>em</strong> muito aprofun<strong>da</strong>r decomo isto se viabilizaria:Creo que vuestra iniciativa es digna de todo aprecio, bien ensambla<strong>da</strong>gráficamente y de contenido lo suficient<strong>em</strong>ente vario como para <strong>da</strong>rle libre yrespetuosamente cabi<strong>da</strong> en sus páginas a opiniones y posturas incluso muydistintas. Está bien que los de “dentro” y los de “fuera” tengan a su alcanceun medio que, precisamente por salirse de los cauces más acostumbrados yno estar manejado por enti<strong>da</strong>des políticas ni centro de poder alguno, seencuentra en condiciones, fomentando un debate serio y civilizado, deprefigurar aquella venidera “socie<strong>da</strong>d plural” a la que hacéis referencia en laintroducción (...) La <strong>revista</strong> no ignora que no podrá haber paz ni ver<strong>da</strong>derareconciliación (y tampoco, con anteriori<strong>da</strong>d, diálogo fructífero) sinplantearse, desde hoy, la exigencia de conjugar la convivencia y elrestablecimiento de los derechos con la justicia... En fin, muy bien y adelante!DANIELE CAPANELLI (Universitá di Pisa. Itália 1996. vol.2.p.185)Carmelo Mesa-Lago 238 além de colaborador <strong>da</strong> Encuentro de la Cultura Cubana,escreveu, como leitor, uma carta no final do ano de 1996 d<strong>em</strong>onstrando apreciar a <strong>revista</strong> e238 Carmelo Mesa-Lago é destacado economista <strong>cuba</strong>no com formação <strong>em</strong> Direito e reside nos Estados Unidos.Publicou vários livros <strong>sob</strong>re economia e o socialismo <strong>em</strong> Cuba : (Revolutionary Change in Cuba,1971; Cuba inthe 1970’s, 1974; The Economy of Socialist Cuba: A Two-Decade Appraisal,1981; Cuba After the ColdWar,1993; Breve historia económica de la Cuba socialista: Políticas, resultados, y perspectivas,1994;Economia y bienestar social <strong>em</strong> Cuba a comienzos Del siglo XXI, 2003, entre outros), editou <strong>revista</strong>s como
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