64De um modo geral, os <strong>da</strong>dos acima contribu<strong>em</strong> para a compreensão <strong>da</strong> abor<strong>da</strong>g<strong>em</strong><strong>da</strong> <strong>revista</strong>, de como a identi<strong>da</strong>de <strong>cultura</strong>l <strong>cuba</strong>na v<strong>em</strong> sendo debati<strong>da</strong> pelos ensaios políticos,produções acadêmicas, literatura, cin<strong>em</strong>a, música, teatro, artes plásticas, entre vários jámencionados. De que maneira essa identi<strong>da</strong>de transcende à dispersão <strong>em</strong> diferentes espaços eàs barreiras político-ideológicas. Os <strong>da</strong>dos apontam, ain<strong>da</strong>, o caminho para se encontrar osel<strong>em</strong>entos à análise dos discursos pós-revolucionários por meio de diferentes mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des detextos, por uma grande quanti<strong>da</strong>de de colaboradores que debat<strong>em</strong> entre si a diversi<strong>da</strong>de <strong>da</strong><strong>cultura</strong> e <strong>da</strong> política <strong>cuba</strong>nas.Observa-se pelo ponto de vista dos autores, ao propor<strong>em</strong> a diversi<strong>da</strong>de <strong>cultura</strong>l e ocotidiano como norte <strong>da</strong>s relações políticas, a presença do pensamento teórico que secontrapõe a uma visão absoluta <strong>da</strong> história, ao essencialismo <strong>da</strong> racionali<strong>da</strong>de moderna, tantoo universalismo iluminista, quanto o materialismo histórico, que disputam o imagináriosocial. Concluindo, é importante citar um artigo de Rafael Rojas <strong>em</strong> Encuentro en la Red –<strong>revista</strong> eletrônica <strong>da</strong> Asociación Encuentro de la Cultura Cubana – que ilustra esta visãoteórica, seu desdobramento no terreno <strong>da</strong>s relações sociais e políticas, quando discutecategorias de pureza e impureza que coman<strong>da</strong>m o pensamento moderno e racional,sustentando “ideologías extr<strong>em</strong>as”:En regímenes políticos dominados por valores revolucionarios, como el<strong>cuba</strong>no, to<strong>da</strong>vía se encarcela o se deporta a opositores pacíficos en nombrede la pureza. Pero como advierte Moore, la intransigencia política, basa<strong>da</strong> enmitos o valores de ideologías extr<strong>em</strong>as, tiene la misteriosa capaci<strong>da</strong>d detransferir su propio radicalismo al campo opositor.No es raro que en la oposición <strong>cuba</strong>na, lo mismo en La Habana que enMadrid, en México que en Miami, en Washington que en París, to<strong>da</strong>vía seescuchen voces que d<strong>em</strong>an<strong>da</strong>n pureza contrarrevolucionaria o, lo que es mástrasnochado aún, anticomunismo puro. Unos y otros, los puros castristas ylos anticastristas puros han logrado algo que provoca una admiraciónperversa: detener la historia de Cuba en aquel intenso año de 1989. 79Rafael Rojas chama a atenção para uma nova compreensão do processo político, quese desvencilhe de modelos fechados, homogêneos e puros, pois ao se firmar<strong>em</strong> <strong>em</strong> posiçõesrígi<strong>da</strong>s se igualam aos outros modelos de oposição extr<strong>em</strong>a. Dessa forma, o purismorevolucionário e o contra-revolucionário, comunismo e anticomunismo se estruturam <strong>sob</strong>re osmesmos fun<strong>da</strong>mentos de coerência e uni<strong>da</strong>de política, tentam mol<strong>da</strong>r a <strong>cultura</strong> dentro de um79 ROJAS, Rafael. El vicio de la pureza. Encuentro en la Red. Diario independiente de asuntos <strong>cuba</strong>nos.Disponível <strong>em</strong>: <strong>cuba</strong>encuentro.com. 2004
65universo coeso que pressupõe exclusivi<strong>da</strong>de e anulação <strong>da</strong>s diferenças. E quando Rafael Rojasafirma que os “puros castritas” e os “anti-castristas” pretend<strong>em</strong> deter a história de Cuba nointenso ano de 1989, está se referindo ao contexto histórico mundial <strong>da</strong> que<strong>da</strong> do Muro deBerlim, do fim <strong>da</strong> Guerra Fria, e que a déca<strong>da</strong> de 1990 para os <strong>cuba</strong>nos pode assinalar apossibili<strong>da</strong>de de uma outra configuração histórica <strong>em</strong> que uma transição negocia<strong>da</strong>, s<strong>em</strong>exclusão de qualquer tendência política, t<strong>em</strong> sido intensamente debati<strong>da</strong> e aponta<strong>da</strong> comouma saí<strong>da</strong> d<strong>em</strong>ocrática s<strong>em</strong> traumas e revanchismos.A tabela 8 a seguir distribui os artigos <strong>em</strong> suas diferentes mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des de texto e nãode t<strong>em</strong>a, denomina<strong>da</strong>s de “tipos de artigos”, pois ca<strong>da</strong> mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de traz <strong>em</strong> si diferentes t<strong>em</strong>ase, por isto, foi estrutura<strong>da</strong> separa<strong>da</strong>mente <strong>da</strong> tabela 7, que se refere à classificação por t<strong>em</strong>as.Pod<strong>em</strong>os verificar esta constatação a partir do it<strong>em</strong> “resenha” com 271 (58,15 %) publicaçõescom uma varie<strong>da</strong>de de t<strong>em</strong>as <strong>em</strong> função também <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong>de de conteúdos contidos noslivros que são analisados. Essa mesma lógica se aplica aos d<strong>em</strong>ais itens.Tabela 8: Tipos de ArtigosTipo de Artigo Qde. %CARTA 34 7,30DOCUMENTO 1 0,21EDITORIAL 15 3,22ENSAIO 11 2,36ENTREVISTA 19 4,08HOMENAGEM 67 14,38RELATOS 48 10,30RESENHA 271 58,15Total: 466 100,00Fonte: Revista Encuentro de la Cultura Cubana (Vol. 01 ao 25)É interessante observar nesse quantitativo de resenhas que há umacorrespondência à intensa publicação de livros <strong>sob</strong>re a reali<strong>da</strong>de <strong>cuba</strong>na na déca<strong>da</strong> de 1990,pois a maioria <strong>da</strong>s obras resenha<strong>da</strong>s se refere à socie<strong>da</strong>de <strong>cuba</strong>na. Isto significa um interesse<strong>em</strong> pensar, escrever e gerar reflexões <strong>sob</strong>re o atual contexto histórico de Cuba por parte dosautores dos livros, como dos autores que resenham as obras publica<strong>da</strong>s. Tanto a esfera deprodução dessas obras quanto de sua recepção nas resenhas se amplia no espaço plural deidéias por meio <strong>da</strong> <strong>revista</strong>, assim como são encaminha<strong>da</strong>s para novos leitores.Numericamente isto representa 271 livros publicados durante seis anos, de 1996 a 2002, <strong>em</strong>que esses <strong>da</strong>dos foram levantados. A necessi<strong>da</strong>de de entender, explicar e apontar saí<strong>da</strong>s para o
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