13.07.2015 Views

cultura e política em cuba sob o prisma da revista - UFG

cultura e política em cuba sob o prisma da revista - UFG

cultura e política em cuba sob o prisma da revista - UFG

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

111. INTRODUÇÃORetratar a história de Cuba nos dias atuais se apresenta como uma tarefacomplexa, pois suscita, inevitavelmente, posicionamentos que esbarram <strong>em</strong> posturasideológicas e políticas, bastante heterogêneas. Este cenário abrange os defensores <strong>da</strong>revolução, que apóiam a manutenção de Fidel Castro à frente do poder, passando por setoresque questionam probl<strong>em</strong>as de estrutura política s<strong>em</strong> propor, no entanto, a ruptura formal como regime, até os articuladores <strong>da</strong> direita de Miami nos EUA, que pretend<strong>em</strong> claramenterecuperar o poder dentro <strong>da</strong> Ilha, numa postura anexionista à política norte-americana.Nas representações pontua<strong>da</strong>s pelos antagonismos – “direita” e “esquer<strong>da</strong>”,“imperialismo norte-americano” e “socialismo <strong>cuba</strong>no” – as disputas se acirram, configurandouma relação tensa porque estas forças contrárias não se posicionam <strong>em</strong> campos estanques queas manteriam separa<strong>da</strong>s s<strong>em</strong> nenhuma possibili<strong>da</strong>de de contato e atrito. É uma disputa <strong>em</strong>que os ataques incid<strong>em</strong> uns <strong>sob</strong>re os outros e, muitas vezes, se alimentam dos discursos de umgrupo e de outro para justificar<strong>em</strong> suas políticas. Neste aspecto, as posições mais extr<strong>em</strong>a<strong>da</strong>sse evidenciam no campo de batalha, mol<strong>da</strong>m-se pela necessi<strong>da</strong>de de ataques e contra-ataquesque dão sentido à defesa obstina<strong>da</strong> de sua existência para justificar sua perpetuação e, <strong>em</strong>última instância, ating<strong>em</strong> a socie<strong>da</strong>de a <strong>cuba</strong>na.Mas, diante de uma configuração mundial <strong>em</strong> que movimentos sociais cresc<strong>em</strong><strong>em</strong> manifestações de caráter pacífico – as grandes migrações no mundo globalizado, passeataspela paz mundial contra a guerra imposta pelos Estados Unidos ao Iraque, paralisações egreves de cunho econômico e político, movimentos de afirmação <strong>da</strong> <strong>cultura</strong> negra, dos povosindígenas, a luta <strong>da</strong>s mulheres, homossexuais e minorias étnico-religiosas – s<strong>em</strong> quecontingentes se exponham frontalmente <strong>em</strong> uma guerra civil aberta e declara<strong>da</strong>, caracterizamformas alternativas de crítica e de resistência ao domínio de um determinado poder político.Isto significa dizer que a encenação histórica de conflitos armados, como veículode transformação social, n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre alcançou uma efetiva mu<strong>da</strong>nça ulterior capaz de setornar referência para o desencadeamento de novas e sucessivas transformações nestaperspectiva. Não cabe aqui traçar algum juízo quanto à compreensão desses fenômenos deação social de massas não-violento, ou apontar qual é o seu efeito teleológico, mas trata-se de<strong>da</strong>r visibili<strong>da</strong>de quanto ao seu significado real e simbólico de afirmação política, sócio-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!