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cultura e política em cuba sob o prisma da revista - UFG

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47Contribuiu também no terreno <strong>da</strong> dramaturgia com a peça Unos hombres y otrosescrita <strong>em</strong> 1966, no mesmo ano de Los años duros, recriando alguns el<strong>em</strong>entos deste para apeça. E sinaliza por meio de seus personagens que as ações humanas dev<strong>em</strong> estar acima <strong>da</strong>sconvicções ideológicas e políticas. Uma visão antecipa<strong>da</strong>mente crítica para o que seconfiguraria mais tarde como necessária a uma reali<strong>da</strong>de sustenta<strong>da</strong> por discursos e símbolosideologicamente inquestionáveis.Durante vinte anos, paralelamente aos trabalhos junto ao ICAIC, dedicou-se coma mesma intensi<strong>da</strong>de à literatura, narrando o cotidiano <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de <strong>cuba</strong>na <strong>em</strong> suas novelas.A primeira Las iniciales de la tierra (1973), escrita ain<strong>da</strong> <strong>em</strong> Cuba e só publica<strong>da</strong> no ano de1987 <strong>em</strong> Havana. Las palabras perdi<strong>da</strong>s (1992) foi escrita já no exílio <strong>em</strong> Madri, La piel y lamáscara (1996) escrita na Al<strong>em</strong>anha, Dime algo <strong>sob</strong>re Cuba (1998), Siberiana (2000) e Lasquatro fugas de Manuel <strong>em</strong> 2002, sendo as três últimas escritas <strong>em</strong> Madri.Em março de 1991, Jesús Díaz segue para Al<strong>em</strong>anha com sua família <strong>em</strong> funçãode uma bolsa adquiri<strong>da</strong> pela Escola de Cin<strong>em</strong>a de Berlim e logo se tornou professor <strong>da</strong>mesma instituição. Alguns fatores pod<strong>em</strong> ter contribuído para o exílio de Jesús Díaz. Não háum pronunciamento declarado acerca de que condição específica o levou a esta opção. Aolongo desta trajetória literária e política buscou um veio que afirmasse a autonomia <strong>da</strong>identi<strong>da</strong>de <strong>cultura</strong>l <strong>cuba</strong>na frente às inversões do processo revolucionário <strong>cuba</strong>no que seimpunham pelo marxismo soviético, reproduzido pelo castrismo.Um dos possíveis fatores de seu exílio foi o desgaste junto ao governo nomomento <strong>da</strong> realização do Congresso <strong>da</strong> UNEAC (União Nacional dos Escritores e ArtistasCubanos) <strong>em</strong> 1988, do qual Jesús Díaz , que era m<strong>em</strong>bro do Partido Comunista Cubano nesteperíodo, se negou a participar do evento, que contaria com a presença de Fidel Castro.Segundo Elizabeth Burgos, Jesús Díaz enviou uma carta ao Partido, anterior ao Congresso <strong>da</strong>UNEAC, fazendo uma análise crítica à situação do país e a necessi<strong>da</strong>de de mu<strong>da</strong>nças, comonão houve retorno de sua apreciação, ele considerou que não havia mais o que ser feito eevitou um possível confronto aberto com Fidel Castro, não comparecendo, portanto, aoevento. A não participação de Jesús Díaz nesse Congresso custou-lhe fortes críticas por partedo Ministério <strong>da</strong> Cultura, presidido por Armando Hart, porque a ausência de qualquer outroescritor poderia ser justifica<strong>da</strong>, mas um m<strong>em</strong>bro do Partido e autor de Los años duros erainaceitável! 6464 BURGOS, Elizabeth. La carta que nunca te envié. Revista Encuentro… Madrid. 2002. Vol. 25. p.56.

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