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cultura e política em cuba sob o prisma da revista - UFG

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169colaboradores <strong>da</strong> Encuentro de la Cultura Cubana, que foge dos paradigmas convencionais euniversais que nortearam as revoluções burguesas e socialistas. Paradigmas que persegu<strong>em</strong>boa parte do imaginário <strong>da</strong> intelectuali<strong>da</strong>de mundial, apoiados nos discursos <strong>da</strong> concepção deum humanismo que iguala todos os homens dentro de um sist<strong>em</strong>a político, mas que omite ounega as diferenças. Procurei, então, com esta pesquisa, contribuir para que a diversi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>socie<strong>da</strong>de <strong>cuba</strong>na e suas representações enuncia<strong>da</strong>s na <strong>revista</strong> Encuentro de la CulturaCubana, tornass<strong>em</strong> mais conheci<strong>da</strong>s e refletidos os estereótipos dualistas.Outro aspecto conclusivo desta dissertação é quanto à recepção <strong>da</strong> <strong>revista</strong>observa<strong>da</strong> nas cartas. Podendo ser percebido qu<strong>em</strong> era o leitor, por meio <strong>da</strong> linguag<strong>em</strong>apresenta<strong>da</strong>, grande parte de escritores, colaboradores <strong>da</strong> <strong>revista</strong> e intelectuais que não estãodiretamente vinculados à publicação <strong>da</strong> Encuentro de la Cultura Cubana, mas atuam comoleitores, intérpretes, divulgadores e formadores de opinião.Do ponto de vista social, a Encuentro de la Cultura Cubana atinge leitoresconhecedores <strong>da</strong> <strong>cultura</strong> <strong>cuba</strong>na que se identificam com sua produção e a acompanhamcuriosamente, d<strong>em</strong>onstrando preocupação com os desdobramentos do futuro político de Cuba.E nesse sentido, buscam um canal de atuação <strong>da</strong> reflexão além <strong>da</strong>s convenções binárias pósrevolucionárias,colocam-se como divulgadores de uma representação <strong>cultura</strong>l e políticaindependente.Torna-se claro o desejo dos leitores por uma nova história para Cuba e,alimentados pelo conhecimento de seu contexto histórico, direcionam-se nessa perspectiva deação: persistir na produção de uma narrativa não-dualista. Vê<strong>em</strong> na linguag<strong>em</strong> <strong>da</strong> <strong>revista</strong> nãoum conteúdo propagandístico de uma ou outra tendência, como manifestam inúmeras cartas,mas uma possibili<strong>da</strong>de interdisciplinar entre <strong>cultura</strong> e política, com a qual se identificamnesse momento de uma resistência ao poder de estado. A questão <strong>cultura</strong>l não pode ser maisrelega<strong>da</strong> a segundo plano ou atrela<strong>da</strong> à Revolução, mas ela ganha relevância ao afirmar suaindependência aos discursos dicotômicos pós-revolucionários.É precisamente com sua expressão atuante que contam os colaboradores e leitorespara um processo de transição política. As expectativas de mu<strong>da</strong>nça passam peloreconhecimento de que a <strong>cultura</strong> é preponderante frente às oscilações e determinismos dopoder político. É por intermédio dela que se acredita que um novo cenário histórico poderá seabrir. Cultura e política não caminham separa<strong>da</strong>s, mas é imprescindível a reorientação decomo essa relação trilha no percurso histórico s<strong>em</strong> que o poder usurpe a independência <strong>da</strong>linguag<strong>em</strong>, <strong>da</strong> produção <strong>cultura</strong>l e <strong>da</strong> criativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s relações sociais cotidianas.

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