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cultura e política em cuba sob o prisma da revista - UFG

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46aspiravam seus colaboradores. Mas Jesús Díaz declarou sentir-se envergonhado perante osintelectuais <strong>cuba</strong>nos por avaliar essa geração como a “geração do silêncio”. Ele considerouque Pensamento Crítico poderia ter produzido análises mais diretas e críticas acerca <strong>da</strong>Revolução Cubana. Ain<strong>da</strong> assim, <strong>em</strong> 1971, o comitê central do Partido Comunista Cubanoordenou o fechamento não só <strong>da</strong> <strong>revista</strong>, mas também do Departamento de Filosofia, acusadosnovamente de “diversionismo ideológico”.Logo após o fechamento do Departamento de Filosofia <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de deHavana e <strong>da</strong> <strong>revista</strong> Pensamento Crítico, Jesús Díaz integrou-se ao ICAIC (Instituto Cubanode Artes e Indústria Cin<strong>em</strong>atográfica) como roteirista e diretor de filmes, num momento <strong>em</strong>que a censura se intensificou. Com o mesmo espírito probl<strong>em</strong>atizador <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>socie<strong>da</strong>de <strong>cuba</strong>na, presente <strong>em</strong> sua literatura, ele transpôs para a linguag<strong>em</strong> cin<strong>em</strong>atográfica oretrato de situações conflituosas do contexto revolucionário, associado à tendência deburocratização do poder a partir de 1959, segundo Paulo Paranaguá 62 <strong>em</strong> seu artigo naEncuentro de la Cultura Cubana.Como produtor, Jesús Díaz participou do filme Viva la República! (1972) dePastor Vega, Ustedes tienen la palabra (1973) de Manuel Octavio Gómez. Seus primeiroscurtas-metrag<strong>em</strong> apareceram <strong>em</strong> 1975, com Cambiar la vi<strong>da</strong> e, <strong>em</strong> 1976, Canción de PuertoRico. Ele também investiu na produção de documentários como 55 hermanos (1978), quesegundo Paranaguá “replantea la cuestión de la nacionali<strong>da</strong>d en nuevos términos,desvinculándola de la geografía y to<strong>da</strong>vía más de los determinismos ideológicos” e filmou odocumentário <strong>sob</strong>re a Nicarágua, En tierra de Sandino (1980). Em 1981, veio seu longametrag<strong>em</strong>Polvo Rojo, evocando o probl<strong>em</strong>a <strong>da</strong> <strong>em</strong>igração desde os primeiros anos <strong>da</strong>Revolução. Lejania de 1985 discute o t<strong>em</strong>a <strong>da</strong> nacionali<strong>da</strong>de <strong>cuba</strong>na no processo <strong>da</strong> diáspora.Projetou, por fim, Alicia en el pueblo de Maravillas de Daniel Díaz Torres (1991), proibido<strong>em</strong> Cuba pela sua crítica direta à Fidel Castro e ao burocratismo. Para Paulo Paranaguá, JesúsDíaz juntamente com Tomás Gutiérrez Alea tiveram uma presença destaca<strong>da</strong> e crítica noICAIC, num contexto quase impossível de se manter uma produção <strong>cultura</strong>l independente e,<strong>sob</strong>retudo, questionadora dentro de Cuba. A postura do diálogo e <strong>da</strong> reconciliação nospersonagens de seus filmes traduz<strong>em</strong> o desejo de mu<strong>da</strong>nça do burocratismo <strong>da</strong> Revolução euma nova relação entre Cuba e o exílio. 6362 PARANAGUÁ, Paulo Antônio. Diálogo y cont<strong>em</strong>poranei<strong>da</strong>d e el cine de Jesús Díaz. Revista Encuentro…Madrid. 2002. Vol.25. p.28-33. Paulo Antônio Paranagua é brasileiro e crítico de cin<strong>em</strong>a, reside <strong>em</strong> Paris.63 Ibid<strong>em</strong>.

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