104These formations have all been objects of deconstructive critiques anddeclared primarily “<strong>em</strong>pty space” from this quantum perspective. 165Tal visão de mundo holística não foi rompi<strong>da</strong> pelas experiências socialistas e,particularmente, <strong>sob</strong>revive <strong>em</strong> Cuba sustenta<strong>da</strong> pela legitimi<strong>da</strong>de do poder construído na idéiaoriginária <strong>da</strong> Revolução, na qual to<strong>da</strong> história <strong>cuba</strong>na subseqüente a 1959 produziria uma<strong>cultura</strong> social nova. A política e a ideologia revolucionárias se apresentam como esferas<strong>sob</strong>repostas à heterogenei<strong>da</strong>de <strong>cultura</strong>l forjando uma unici<strong>da</strong>de na qual deve culminar no idealde hom<strong>em</strong> identificado com a nova racionali<strong>da</strong>de social <strong>em</strong> construção. Um novo projeto denação <strong>sob</strong>re bases socialistas se põe <strong>em</strong> confronto ao nacionalismo burguês buscando ahomogenei<strong>da</strong>de <strong>em</strong> seu padrão econômico e <strong>cultura</strong>l. Cabe aqui recorrer aos estudos <strong>sob</strong>re“tradição inventa<strong>da</strong>” 166 apresentados por Eric Hobsbawn, quando os r<strong>em</strong>ete à história <strong>da</strong>stransformações ou revoluções sociais, nas quais os el<strong>em</strong>entos <strong>da</strong>s velhas tradições se tornamincompatíveis com as novas visões. Portanto, há a necessi<strong>da</strong>de de inventar novas tradições ase tornar<strong>em</strong> símbolos de valores nacionais criados, que vão estruturar as instituições para queestas model<strong>em</strong> o comportamento social conforme as aspirações políticas e ideológicas quegovernam a socie<strong>da</strong>de, mesmo que métodos passados sejam reproduzidos para justificar<strong>em</strong>determinados interesses de poder. No sentido mais amplo, Eric Hobsbawn assim define otermo “tradição inventa<strong>da</strong>”:Por “tradição inventa<strong>da</strong>” entende-se um conjunto de práticas, normalmenteregula<strong>da</strong>s por regras tácitas ou abertamente aceitas; tais práticas, de naturezaritual ou simbólica, visam inculcar certos valores e normas decomportamento através <strong>da</strong> repetição, o que implica, automaticamente, umacontinui<strong>da</strong>de <strong>em</strong> relação ao passado. Aliás, s<strong>em</strong>pre que possível, tenta-seestabelecer continui<strong>da</strong>de com um passado apropriado. 167As conquistas materiais no campo <strong>da</strong> educação, saúde, esporte e minimização <strong>da</strong>sdiferenças sociais têm simbolizado o envolvimento <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de <strong>em</strong> torno delas eimpulsionado a construção de um projeto único de nação, tendo a Revolução como suportepara uma luta que seria do conjunto <strong>da</strong> população e não apenas uma exclusivi<strong>da</strong>de do líderFidel Castro. A idéia de pertencimento a um novo projeto nacional e revolucionário contribuipara que a nação, uma nova “tradição inventa<strong>da</strong>” na perspectiva de Hobsbawn, se envolva165 Ibid<strong>em</strong>. p. 238166 HOBSBAWN, Eric; RANGER, Terence. A Invenção <strong>da</strong>s Tradições. Rio de Janeiro. Ed. Paz e Terra. 2002. p.9-23167 Ibid<strong>em</strong>. p. 9
105com sua cota de sacrifícios e de colaboração para se construir outra socie<strong>da</strong>de, alcançando oideal de “hom<strong>em</strong> novo” e encorajando a posição de uma nação combativa e resistente à lutainternacional antiimperialista.Para r<strong>em</strong>odelar esse novo projeto nacional e manter estável sua estruturaideológica, o governo <strong>cuba</strong>no t<strong>em</strong> persuadido o desejo social de pereni<strong>da</strong>de revolucionária,valorizando uma existência coletiva <strong>em</strong> sua unici<strong>da</strong>de e totali<strong>da</strong>de. Reforça-se, então, odiscurso oficial que busca administrá-la numa perspectiva de construção identitária de um ser“social”, “coletivo”, comprometido com a Revolução. Mas como a heterogenei<strong>da</strong>de é umacondição histórica real, então é inevitável sua eluci<strong>da</strong>ção <strong>em</strong> diversos contextos. Não há,portanto, como destruí-la por completo.A apropriação de uma história presente presa ao passado, justificadora dos atosoficiais pela perpetuação <strong>da</strong> idéia originária <strong>da</strong> Revolução, l<strong>em</strong>bra uma reflexão significativade Édouard Glissant <strong>sob</strong>re os movimentos <strong>da</strong> colonização do mundo que colocaram <strong>em</strong>contato “<strong>cultura</strong>s atávicas”, ca<strong>da</strong> uma estabeleci<strong>da</strong> por uma idéia de “Gênese”, de “Criação”ou um “Mito” fun<strong>da</strong>dor de sua <strong>cultura</strong>. Tais <strong>cultura</strong>s fun<strong>da</strong>mentam sua legitimi<strong>da</strong>de porpretender principiar um processo histórico que o tomam como exclusivi<strong>da</strong>de originária eabsoluta e procuram estender sua dominação, impondo às d<strong>em</strong>ais sua autori<strong>da</strong>de. Ain<strong>da</strong> que,refira-se ao contexto <strong>da</strong> colonização, ao <strong>em</strong>bate que esta provocou entre as <strong>cultura</strong>s“superiores” e “inferiores”, aos olhos do colonialismo, sua repercussão na heterogenei<strong>da</strong>de<strong>cultura</strong>l atual é oportuna para o que nos interessa mencionar neste estudo, a visão de uma<strong>cultura</strong> regi<strong>da</strong> pelo princípio de totali<strong>da</strong>de com base numa conquista histórica passa<strong>da</strong>. Emseu capítulo “Répétitions”, Glissant diz:L’idée de l’appartenance atavique aide à supporter la misère et renforce lecourage qu’on met à combattre la servitude et l’oppression. Dans une sociétécomposite où les éléments de culture sont hierarchisés, où l’un d’entre euxest infériorisé par rapport aux autres, le réflexe naturel et le seul possible estvaloriser cet élément sur ce mode atavique, à la recherche d’un equilibre,d’une certitude, d’une pérenité. 168A “idéia de pertencimento atávico” descrito por Glissant se encontra <strong>em</strong> parte noimaginário <strong>cuba</strong>no, que t<strong>em</strong> a Revolução como esteio para aglutinar a socie<strong>da</strong>de, manter seuequilíbrio <strong>em</strong> torno de uma conquista que se transformou <strong>em</strong> mito que protege a nação de168 GLISSANT, Édouard. Traité du Tout-Monde.Poétique IV. Gallimard. France.1997, pp. 36-37
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