120...Cuba es un país grav<strong>em</strong>ente enfermo, necesitado de una intensa cura dereconciliación y amor. Quizás estas palabras suenen un tanto extrañas en estecónclave de sociólogos, politólogos y economistas, pero estoy firm<strong>em</strong>enteconvencido de que no habrá solución social, política ni económica para elpaís si éstas no van precedi<strong>da</strong>s y acompaña<strong>da</strong>s de grandes dosis decomprensión y perdón mutuo.... 206...Con los once millones de <strong>cuba</strong>nos que habitan en la Isla, negros y blancos,occidentales y orientales, militantes del Partido Comunista y disidentes,santeros y católicos, mi<strong>em</strong>bros del ejército y presos políticos, que son losdestinados a decidir el futuro inmediato del país, y con los casi dos millonesque viven el exilio, ya sea en Miami o en las lejanas brumas de Al<strong>em</strong>ania, decuyo capital, experiencia y conocimientos Cuba no podrá prescindir parareconstruirse. 207Em momento anterior, no volume 3 <strong>da</strong> Encuentro de la Cultura Cubana, JesúsDíaz <strong>em</strong> seu artigo “Una delica<strong>da</strong> bomba del ti<strong>em</strong>po” (publicado no diário El País, <strong>em</strong> 30 denov<strong>em</strong>bro de 1996), já afirmava que um renascimento <strong>em</strong> Cuba passa pelas diversas leituras<strong>sob</strong>re nação, incluindo comunistas, militares, diferentes setores do exílio, e <strong>sob</strong>retudo osnegros s<strong>em</strong> os quais não haverá d<strong>em</strong>ocracia, pois esta só se efetivará por uma composiçãoétnica ou “no será” d<strong>em</strong>ocracia, como frisa. O futuro de Cuba depende <strong>da</strong> oportuni<strong>da</strong>de decoexistênciadesde los que hoy viven y trabajan en la isla, incluido el Ejército y losmilitantes del partido comunista, hasta los mi<strong>em</strong>bros de la Cuban AmericanNational Foun<strong>da</strong>tion y de la Fun<strong>da</strong>ción Hispano-Cubana.… Cuba necesita un nuevo contrato social, la d<strong>em</strong>ocracia <strong>cuba</strong>na del futuroserá también étnica o no será. No puede ni debe prescindir de la inteligencia,el patriotismo y el capital del exilio…. 208Ambos os discursos ampliam a s<strong>em</strong>ântica <strong>da</strong>s identi<strong>da</strong>des <strong>cultura</strong>is e políticasdiferencia<strong>da</strong>s como reflexão teórico-prática de uma saí<strong>da</strong> que não cont<strong>em</strong>pla um setor ououtro capaz de representar to<strong>da</strong> a socie<strong>da</strong>de, mas que to<strong>da</strong>s as diferenças sejam reconheci<strong>da</strong>s esejam os próprios agentes de uma transição. Quando essas diferenças são coloca<strong>da</strong>s comosujeitos imprescindíveis na composição de uma transformação, subentende-se que há umaruptura <strong>da</strong> concepção hierárquica, <strong>em</strong> que uma determina<strong>da</strong> elite, seja ela econômica, social,política ou intelectual, venha falar <strong>em</strong> nome de outro, assumir o discurso do outro por suporque este mesmo não o tenha, e por isso se considera representante legítimo de to<strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de,206 DÍAZ, Jesús. Otra pelea <strong>cuba</strong>na contra los d<strong>em</strong>onios. Revista Encuentro… Madrid. Otoño / Invierno de1997. Vol. 6/7. p. 208207 Ibid<strong>em</strong>. p. 210208 Díaz, Jesús. Una delica<strong>da</strong> bomba del ti<strong>em</strong>po. Revista Encuentro…Madrid. Invierno de 1996/1997.Vol.3..p.133
121possuidor de uma consciência transformadora. Ao assumir o discurso <strong>da</strong>s diferenças, há umaproposição <strong>em</strong> se desvencilhar de seu próprio poder discursivo <strong>sob</strong>re o outro e admitir arelação como condição <strong>em</strong> que a heterogenei<strong>da</strong>de fale e aja por si mesma. Michel Foucaultnuma conversa com Gilles Deleuze <strong>sob</strong>re os Intelectuais e o Poder, trata do poder discursivodos intelectuais e qual seu papel:O papel do intelectual não é mais o de se colocar “um pouco na frente ou umpouco de lado” para dizer a mu<strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de de todos; é antes o de lutar contraas formas de poder exatamente onde ele é, ao mesmo t<strong>em</strong>po, o objeto e oinstrumento: na ord<strong>em</strong> do saber, <strong>da</strong> “ver<strong>da</strong>de”, <strong>da</strong> “consciência”, dodiscurso. 209O grande desafio intelectual talvez esteja na sua capaci<strong>da</strong>de <strong>em</strong> entender que seupoder discursivo deve começar pela desconstrução de sua autori<strong>da</strong>de de consciência <strong>em</strong>relação ao outro, de sua representação como sujeito detentor de um saber e construtor decertezas a ser<strong>em</strong> reproduzi<strong>da</strong>s por outros. Mas ao contrário, reconhecer o poder de seudiscurso dentro de possibili<strong>da</strong>des abertas de conhecimento, na perspectiva de que conhecerimplica <strong>em</strong> estabelecer relações e convivências.Como desfecho para este capítulo o artigo de Paulo Antonio Paranaguá <strong>sob</strong>re ocin<strong>em</strong>a de Tomás Gutiérrez Alea foi selecionado por sintetizar três pontos aqui estu<strong>da</strong>dos: aposição dos intelectuais <strong>em</strong> Cuba; o exílio e a discussão <strong>sob</strong>re identi<strong>da</strong>de e uma transiçãopolítica. O título de seu artigo é Tomás Gutiérrez Alea (1928-1996) – Tensión yReconciliación no qual Paulo Paranaguá analisa os filmes de Alea, que segundo ele, traz<strong>em</strong>uma importante crítica ao realismo socialista, apontam as diferenças e contradições comosinais de vitali<strong>da</strong>de social presentes na obra do cineasta. Paranaguá afirma: “...para él elintelectual no puede conformarse con el escepticismo, el fatalismo, la impotencia, elpesimismo.” 210 A ênfase na heterogenei<strong>da</strong>de e heterodoxia de Alea pol<strong>em</strong>iza com as posturastanto dogmáticas quanto com as radicais hereges. E a identi<strong>da</strong>de <strong>cuba</strong>na é concebi<strong>da</strong> pelacomplexi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> relação entre o “<strong>cuba</strong>no” e o “universal”, o “nacional” e o “importado”, o“autêntico” e o “postiço”. Ele mostra como que para Alea as tensões sociais não pod<strong>em</strong> serresolvi<strong>da</strong>s eliminando de forma maniqueísta os extr<strong>em</strong>os <strong>em</strong> conflito e, <strong>em</strong> seus filmes, aomostrar essas tensões, sugere a reconciliação entre os <strong>cuba</strong>nos. 211209 FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. Ed. Graal. Rio de Janeiro. 1979. p.71210 PARANAGUÁ, Paulo Antonio. Tomás Gutiérrez Alea (1928-1996) – Tensión y Reconciliación. RevistaEncuentro… Madrid. Verano de 1996. Vol. 1. p. 86.211 Ibid<strong>em</strong>. pp. 77-88
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