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Audiencia de Custodia

Procedimentos para audiências de custódia

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AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA: da boa intenção à boa técnica

A indicar a falta de lei federal regrando o procedimento, já estão

sendo observadas algumas incongruências durante a realização das audiências.

Em Porto Alegre, na sala de audiências estruturada dentro do Presídio

Central, diariamente, inclusive em finais de semana, em audiências

iniciadas sempre às 14 horas, são apresentados os presos em flagrante nas

24 horas anteriores, numa média de 10 a 20 indivíduos diariamente, isso

dependendo do ritmo da atividade policial. No caso de mulheres presas

(menos de 5% do total), o mesmo procedimento é adotado na Penitenciária

Feminina Madre Peletier, para onde a equipe se desloca depois de ouvir os

presos do sexo masculino, que constituem a imensa maioria.

O ato é presidido pelo juiz de direito plantonista que recebeu, analisou

e homologou os autos de prisão em flagrante no dia anterior ou na

madrugada do respectivo dia, considerando que a escala de plantão dos

magistrados inicia às 09h de um dia até às 09h do dia seguinte. Depois de

um breve intervalo de cinco horas para descanso, são iniciadas as audiências

de custódia. Por enquanto, não são apresentados os presos já beneficiados

com liberdade provisória, liberados logo após a análise formal dos

autos de prisão em flagrante.

As audiências de custódia são realizadas com a fundamental participação

da Defensoria Pública e do Ministério Público.

Como não há lei regrando a realização do ato em todos os seus passos,

cada juiz está presidindo o ato de uma maneira, não obstante os esforços

para padronização até o momento, o que já rendeu avanços, mas esbarra,

em alguns pontos, na reserva jurisdicional constitucionalmente garantida a

cada magistrado. Há juízes que ouvem cada preso de forma individual. Há

juízes que ouvem mais de um preso ao mesmo tempo, desde que relativos ao

mesmo flagrante, como ocorre no Estado de São Paulo, e conforme os vídeos

remetidos para análise visando à instalação do projeto em Porto Alegre. Há

juízes que oportunizam à Defensoria conversar reservadamente com cada

um dos presos, antes de suas respectivas oitivas individuais, mesmo que atrasando

consideravelmente a conclusão dos trabalhos. Outros oportunizam

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AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA: DA BOA INTENÇÃO À BOA TÉCNICA

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