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FICHA CATALOGRÁFICA D812e Duarte, Ana Helena da Silva ...

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118<br />

fortalece no vale-tudo <strong>da</strong> fé. Se coloca no ringue, no corpo a corpo com a doença, para<br />

obter de volta a saúde. A fé, nesse contexto, é um anticorpo, um veículo de<br />

autodefesa. 162<br />

A Organização Mundial <strong>da</strong> Saúde (OMS) definiu a saúde não como uma ausência<br />

de doenças, mas como um estado completo de bem estar físico, espiritual e social.<br />

Lamentavelmente, parece um tanto utópico tal conceito. O homem contemporâneo<br />

poderia gozar de tal saúde? - Seria possível atingir esse bem estar? - Somos obrigados a<br />

concor<strong>da</strong>r com o professor Aldo Terrin, quando faz a afirmação: de fato, todos nós<br />

somos mais ou menos doentes, uma vez que somos submetidos, na socie<strong>da</strong>de e no<br />

ambiente em que vivemos, a conflitos sociais, a desgastes psicológicos, a perturbações<br />

profun<strong>da</strong>s que nos impedem, por um motivo ou por outro, de atingir uma situação de<br />

bem estar, que seja, ao mesmo tempo, física, espiritual e social. Ain<strong>da</strong> nessa direção,<br />

vale lembrar a frase de James Willian: o homem moderno se crê doente porque se sente<br />

infeliz. 163<br />

Corpo, que casa é essa que nos habita? - Espaço tão cheio de dobras e de tantas<br />

duali<strong>da</strong>des, um lado é material, figurativo, frágil, perecível e mortal, o outro é imaterial,<br />

abstrato, e considerado imortal pela religião. Tomando como exemplo o corpo material,<br />

está claro que ele vive em constante modificação, desde o nascimento até a morte,<br />

quantas fisionomias temos? - A imagem de nosso corpo, que é vista por nós todos os<br />

dias, ain<strong>da</strong> nos provoca desconhecimentos. Com o tempo, vamos perdendo a memória<br />

física de nós mesmos. Lembramos de nossa imagem mais através de fotografias antigas<br />

do que através de nossa imagem atual.<br />

O corpo mental reside dentro do material, recebendo seus sabores e dissabores.<br />

Estão literalmente enfronhados um ao outro. Tentando o equilíbrio desses dois pólos de<br />

funções, o homem caminha em busca do bem estar físico e mental: “corpo são, mente<br />

sã”.<br />

Ain<strong>da</strong> sobre as complexi<strong>da</strong>des do corpo, eles podem ser modificados por cirurgias<br />

plásticas, feitos nas provetas de laboratórios e, atualmente, discute-se também as<br />

possibili<strong>da</strong>des lícitas de sua clonagem. Corpo, espaço que hospe<strong>da</strong> tantas narrativas.<br />

Talvez uma <strong>da</strong>s mais complexas delas seja o de ser visto como símbolo religioso. Ele<br />

162 Ver também:<br />

MACHADO, Maria Clara Tomaz. Curandeirismos e Benzeção: dons e magia. In: Cultura Popular e<br />

desenvolvimento no interior de MG: caminhos cruzados de um mesmo tempo. São Paulo: USP, 1998<br />

(Tese de doutorado).<br />

163 TERRIN, Aldo Natale. Op. cit. p 218.

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