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FICHA CATALOGRÁFICA D812e Duarte, Ana Helena da Silva ...

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desconforto e estranhamento, no entanto, essas imagens são contenedoras de rica<br />

linguagem própria menos toca<strong>da</strong>, produzi<strong>da</strong> espontaneamente, despreocupa<strong>da</strong> de rigores<br />

estéticos pré-estabelecidos.<br />

Outro elemento analisado nessas imagens é a policromia. O primeiro caráter do<br />

simbolismo <strong>da</strong>s cores é a sua universali<strong>da</strong>de. Não só geográfica, mas também em todos<br />

os níveis do ser e do conhecimento cosmológico, psicológico, místico. As interpretações<br />

podem variar. O vermelho, por exemplo, recebe diversas significações, conforme ca<strong>da</strong><br />

cultura. As cores permanecem, no entanto, sempre e sobretudo, como fun<strong>da</strong>mentos do<br />

simbólico 129 . A cor, numa composição, é um dos elementos que viabiliza a averiguação<br />

e a aferição de significados às obras. Seja pela estrutura formal ou pelo seu aspecto<br />

simbólico. Elas estão impregna<strong>da</strong>s de diferentes valores simbólicos. Cobrem<br />

universalmente to<strong>da</strong>s as superfícies <strong>da</strong> natureza. Estamos rodeados por um mundo<br />

colorido. Percebemos essas sensações visuais <strong>da</strong> luz, de maneiras diversifica<strong>da</strong>s e<br />

atribuímos a ca<strong>da</strong> cor significado individualizado e coletivizado. Tais sensações são<br />

influencia<strong>da</strong>s por códigos criados dentro de ca<strong>da</strong> cultura e pelo meio geográfico ao qual<br />

comungamos e criamos vínculos de pertencimento. A “cor do milagre” tende a se<br />

materializar dentro de duas possibili<strong>da</strong>des: através de uma paleta reduzi<strong>da</strong>, optando<br />

pelas cores terrosas, trabalha<strong>da</strong>s de forma monocromática, ou também, fazendo o uso <strong>da</strong><br />

policromia, valorizando principalmente as cores primárias.<br />

Na primeira observação, elas se<br />

apresentam com pequenas variações<br />

cromáticas e limita<strong>da</strong>s gra<strong>da</strong>ções. O<br />

tratamento pictórico se exterioriza por<br />

pincela<strong>da</strong>s curtas, alisa<strong>da</strong>s, podendo ser<br />

chapa<strong>da</strong>s ou não. Ocorre também, em<br />

algumas imagens, a busca de tímidos<br />

FIGURA 51 – Ex-voto pintado que relata a Virgem protegendo um<br />

camponês.<br />

volumes sombreados, que iludem a uma<br />

FONTE: Culto e Imagem <strong>da</strong> Virgem, 2000.<br />

conti<strong>da</strong> tridimensionali<strong>da</strong>de. A tinta é<br />

manipula<strong>da</strong> de maneira uniforme na<br />

superfície, evitando-se o uso de empastes e marcas de pincela<strong>da</strong>s. (fig. 51)<br />

129<br />

CHEVALIER, Jean. Et al. Op. cit . p. 275.<br />

Ver Também:<br />

PEDROSA, Israel. Da Cor à Cor Inexistente. Rio de Janeiro: Léo Cristiano Editorial, 1979. p. 107-119.<br />

GUIMARÃES, Luciano. A Cor Como Informação: a construção biofísica , lingüistica e cultural <strong>da</strong><br />

simbologia <strong>da</strong>s cores. São Paulo: Annablume. 2001 p. 53-83, 113-126.<br />

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