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FICHA CATALOGRÁFICA D812e Duarte, Ana Helena da Silva ...

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do Renascimento e do Barroco. Nos estilos seguintes aparecem ocasionalmente com<br />

pouca força expressiva, possivelmente porque são adota<strong>da</strong>s outras temáticas.<br />

Outro elemento que chama atenção é a presença de nuvens enrola<strong>da</strong>s e<br />

espirala<strong>da</strong>s, que suportam e envolvem as imagens sagra<strong>da</strong>s. A nuvem é considera<strong>da</strong> um<br />

símbolo de metamorfose. Sua natureza é indefini<strong>da</strong>, possuindo quali<strong>da</strong>des de apoteoses<br />

e epifanias. Eis que virei a ti na escuridão de uma nuvem, diz Jeová a Moises, para<br />

que... o povo sempre creia em ti 128 (Êxodo, 19,9).<br />

Na arte do século XVI, os pintores <strong>da</strong> Renascença encheram suas pinturas de<br />

nuvens volumosas, envolvendo imagens sagra<strong>da</strong>s. Citamos as obras dos seguintes<br />

artistas: Albrecht Dürer (1471-1528) - Adoração <strong>da</strong> Trin<strong>da</strong>de, Rafael Sanzio (1483 -<br />

1520) - A Transfiguração, Michelangelo Buonarroti (1475 -1564) - Juízo Final. Mais<br />

tarde, por volta de 1700, as nuvens, na representação pictórica, deixam, em parte, de ser<br />

suporte para a manifestação do sagrado, iniciando um olhar sobre a natureza. Nesse<br />

período elas ganham expressivi<strong>da</strong>de dramática nas obras do pintor romântico Joseph<br />

Tuner (1775-1851) e também na fideli<strong>da</strong>de à natureza de John Constable (1776-1837).<br />

A força <strong>da</strong>s imagens <strong>da</strong> Renascença, possivelmente foi a que persuadiu o imaginário <strong>da</strong><br />

pintura votiva, numa versão mais popular. Nesses ex-votos, que representam a figura<br />

humana através do plano, nota-se que os “artistas ex-voteiros” não estão preocupados<br />

em abor<strong>da</strong>r teorias de construção de formas. Desconhecem o estudo do desenho de<br />

figura humana, fogem-lhes a idéia racionalista de observar as proporções de equilíbrio<br />

relativo entre as partes do corpo, o que facilita a construção homogênea <strong>da</strong> figura para<br />

ser vista como um todo. Tendem a ampliar o tamanho <strong>da</strong> cabeça, valorizam os olhos,<br />

salientando-os. Comumente reduzem as<br />

dimensões dos membros superiores e<br />

inferiores, além de outras distorções mais<br />

sutis. A falta de relação de<br />

proporcionali<strong>da</strong>de entre o conjunto<br />

construtivo é inevitavelmente percebi<strong>da</strong>.<br />

(fig. 50)<br />

FIGURA 50 – Cabeça de Santo Inácio. Ex-voto em óleo sobre madeira.<br />

A liber<strong>da</strong>de <strong>da</strong> construção<br />

FONTE: Ex-votos Mineiros, as tábuas votivas, 1994. p. 55.<br />

figurativa, menos esquemática, livre,<br />

flexível, movi<strong>da</strong> pela invenção, pode provocar em nosso olhar, inicialmente,<br />

128 BÍBLIA, Sagra<strong>da</strong>. São Paulo: Ave Maria, 1985. p. 119.<br />

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