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FICHA CATALOGRÁFICA D812e Duarte, Ana Helena da Silva ...

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Outros fatores importantes determinados pela geografia do lugar serão os tipos de<br />

imagens a serem feitas. Se a ci<strong>da</strong>de for conheci<strong>da</strong> através de turismo religioso, o<br />

material nativo <strong>da</strong> região será empregado no feitio de santos, terços, figas, rosários,<br />

conhecidos como artesanato religioso. Trazemos como ilustração dessa afirmativa, o<br />

Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Também na região nordeste do Brasil, se<br />

evidencia o sertão do Ceará, de Pernambuco e <strong>da</strong> Bahia, que são conhecidos por<br />

produzirem grande número de peças de função mágica e devocional, sendo que nesse<br />

caso os ex-votos são feitos de madeira e de barro. Além disso, há o destaque nas<br />

cestarias, ren<strong>da</strong>s, cerâmicas e outros congêneres.<br />

Essa produção de materiais e usos diversificados marca, personaliza, cria perfis <strong>da</strong><br />

arte popular local e regional, que vai ganhando reconhecimento por todo país. Com as<br />

mãos e simples instrumentos de trabalho, o artesão toca a matéria, dialoga com ela,<br />

entende a natureza de sua materiali<strong>da</strong>de e explora seus recursos plásticos, cria obras de<br />

arte. É importante lembrar que é dessa artesania que na maioria dos casos o artesão<br />

consegue os recursos econômicos para sua sobrevivência e de seu grupo familiar.<br />

Por outro lado, o trabalho artístico popular tem atraído a atenção não só de<br />

historiadores folcloristas. Sua força expressiva tem seduzido historiadores de arte,<br />

críticos e artistas plásticos. Deixando de lado preconceitos anteriores, tem se <strong>da</strong>do o<br />

devido valor à existência <strong>da</strong> arte popular, propondo-se estudos e análises dessas<br />

imagens. Hoje parece terminado o tempo em que se negava totalmente a existência de<br />

uma arte popular: alguns historiadores <strong>da</strong> arte propõem novas análises (por exemplo,<br />

G.C. Argan classifica experimentalmente os instrumentos, a ornamentação e a<br />

figuração. Um texto genérico é: G. Cocchiara, Storia Del Folklore in Europa, Einaudi,<br />

Gurim, 1955. Mais específico é o texto de P. Toshi, Arte Populare Italiana, Bestetti,<br />

Milão, 1960. <strong>Ana</strong>lisa to<strong>da</strong> casuística <strong>da</strong> produção: instrumentos agrícolas móveis,<br />

gravuras e tecidos, ourivesaria e bor<strong>da</strong>dos, cerâmicas e vidros, emblemas e máscaras<br />

teatrais, trajes e festas. As motivações e os princípios são diversos: o sintetismo (todos<br />

os elementos acessórios são abolidos), a simplificação formal, o exagero psicológico, a<br />

necessi<strong>da</strong>de de materializar, a estilização e a repetição formal ou iconográfica. 121<br />

Na atuali<strong>da</strong>de, vimos no Brasil o glamour <strong>da</strong>do à arte popular, representa<strong>da</strong> na<br />

Mostra do Redescobrimento (Exposição Comemorativa Brasil 500 anos) exibi<strong>da</strong> no<br />

pavilhão Manuel <strong>da</strong> Nóbrega do parque do Ibirapuera em São Paulo, onde pudemos<br />

121<br />

ARGAN, Giulio Carlo, MAURIZIO, Fagiolo. Guia de História <strong>da</strong> Arte. Lisboa: Editorial Estampa,<br />

1994. p. 123.<br />

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