11.04.2013 Views

FICHA CATALOGRÁFICA D812e Duarte, Ana Helena da Silva ...

FICHA CATALOGRÁFICA D812e Duarte, Ana Helena da Silva ...

FICHA CATALOGRÁFICA D812e Duarte, Ana Helena da Silva ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

um invólucro luminoso. A<br />

resplandecência desses clarões<br />

luminosos iludem a idéia de aparição<br />

e milagres. Ao nosso ver, é uma<br />

forma de mirificar a cena e <strong>da</strong>r a<br />

conotação de que algo fenomenal<br />

aconteceu. (fig. 49)<br />

A auréola é um procedimento FONTE: Ex-votos Mineiros: as tábuas votivas, 1994. p. 44.<br />

de uso universal, para<br />

valorizar um personagem<br />

naquilo que ele tem de mais nobre: a cabeça. Graças à auréola, a cabeça é, por<br />

assim dizer, engrandeci<strong>da</strong>, ela irradia. No homem, a parte superior-celeste e<br />

espiritual - assumiu a preponderância: é o homem realizado, unificado pelo<br />

alto. 125<br />

FIGURA 49 – Santíssima Trin<strong>da</strong>de. Ex-voto pintado em têmpera sobre madeira,<br />

1779.<br />

Essa irradiação, de origem solar, que envolve não só a cabeça, podendo circular o<br />

corpo todo, indica o sagrado, a santi<strong>da</strong>de, o divino. Materializa a aura de forma<br />

específica 126 .<br />

Por oportuno, vale evidenciar que a atitude de usar auréolas, clarões de luzes,<br />

salientados pelos contornos rígidos dos mosaicos para indicar sinais divinos,<br />

sacralizações e hierarquias entre as figuras, foi um recurso muito usado na arte bizantina<br />

no século V. Também estão presentes nos frescos 127 expressivos de Giotto di Bondone,<br />

no século XIII. Não podemos deixar de citar as maravilhosas auréolas de Fra Angélico<br />

(1395-1455), artista que viveu numa época em que a I<strong>da</strong>de Média estava começando a<br />

<strong>da</strong>r lugar à Renascença. Esses círculos comumente luminosos se estenderam às imagens<br />

125 CHEVALIER, Jean Et al. Dicionário de Símbolos: mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras,<br />

cores, números. Rio de Janeiro: José Olimpio, 1988. p.100.<br />

126 Ibidem. p.100.<br />

127 Afresco ou fresco, tipo essencial de pintura mural em que o pigmento puro (cor) em pó misturado com<br />

água e aplica<strong>da</strong> em uma superfície recentemente revesti<strong>da</strong> de nata de cal ou gesso, ain<strong>da</strong> úmi<strong>da</strong>. Essa<br />

técnica é conheci<strong>da</strong> como boun fresco, ou afresco ver<strong>da</strong>deiro. O fresco secco é pintado sobre<br />

revestimento já seco o que o torna muito menos durável, pois o pigmento não se incorpora ao material <strong>da</strong><br />

superfície. O afresco é particularmente apropriado a clima secos e foi amplamente utilizado na Itália<br />

desde o final <strong>da</strong> i<strong>da</strong>de média (ver Giotto e Fra Angélico) até o século XVII (ver Pietro <strong>da</strong> Corton). O<br />

Livro <strong>da</strong> Arte. São Paulo: Martins Fontes, 1996. p. 504.<br />

81

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!