FICHA CATALOGRÁFICA D812e Duarte, Ana Helena da Silva ...

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assim denotados, deveriam ser eficientes na comunicação do testemunho que se pretendia. 132 A ausência dessas legendas impossibilita saber de forma mais precisa qual foi o tipo de doença, acidentes e outros feitos. O texto é importante para elucidar o que o registro iconográfico da pintura não caracterizou. A representação através das imagens tem sido um veículo de comunicação e expressão desde as pinturas pré-históricas das cavernas. Com o aparecimento das palavras pelas escrituras, vimos ocorrer a fusão da palavra com a imagem. Essa atitude tornou-se comum na comunicação. Uma reforçando a outra. São dois códigos visuais usados pelos devotos para divulgarem suas histórias. Para o devoto é importante que a imagem tenha uma decodificação unívoca, ela deverá retratar apenas a sua história, o seu milagre específico. Por outro lado, sabemos que a imagem tem um caráter de mensagem aberta, podendo ter múltiplas interpretações. No entanto, essa abertura de significados não agrada o devoto, uma vez que para ele o que interessa é caracterizar a versão única de sua promessa. Daí a importância de fazer a conexão entre o texto escrito e a imagem. Dessa maneira a informação torna-se dirigida, mais fechada na história individual de cada graça. Contudo, para Santaella, o texto e a imagem se encontram numa relação complementar. As palavras, assim como as imagens, são fragmentos de um sintagma mais geral e a unidade da mensagem se realiza em nível mais avançado. 133 A utilização de anotações, mensagens escritas nas imagens, sempre esteve presente na Arte. Inúmeros artistas escrevem em suas obras, ora participando como elemento de composição, ora como texto informativo de imagem referente aos estudos. Nesses casos, podemos citar os estudos do renascentista Leonardo da Vinci, as aquarelas feitas pelos viajantes portugueses ao Brasil (como por exemplo a do aquarelista Rugendas), os trabalhos do grafiteiro nova-iorquino Jean-Michel Basquiat (1960-1986). E tendo uma influência direta com as imagens votivas, na forma de construir e escrever nas imagens, temos o trabalho da artista mexicana, da primeira metade do século XX, Frida Kahlo (1907-1957), (fig. 53) além de diversos outros artistas, de nacionalidades e períodos distintos, inclusive os da contemporaneidade. A escrita tem se tornado cada vez mais parte constituinte da obra. As escritas podem ser pintadas ou desenhadas, bordadas, com letreiros de néons, entre outras. 132 LONDONO-TORRES, Fernando. Imaginária e Revolução do Catolicismo Brasileiro. Notas de Uma Pesquisa. In: Revista projeto História e Imagem, São Paulo: EDUC/ PUC, n. 21, 2000. p. 253. 133 SANTAELLA, Lúcia, NÖTH, Winfried. Imagem: cognição, semiótica, mídia. São Paulo: Iluminuras, 1997. p. 55. 86
Desenhando, pintando, os promesseiros exteriorizam passagens importantes de suas vidas espirituais, que nos possibilitam tomar conhecimento da larga sensibilidade estética sob a influência religiosa, de onde provém esses mais fortes estímulos de criatividade. FIGURA 53 – Pintura de Frida Kahlo The Suicide of Dorothy Hale, 1938-1939. FONTE: Frida Kahlo: The Brush of Aguish, 1990. p. 60. 87
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TUCKER, William. A linguagem da Esc
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