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FICHA CATALOGRÁFICA D812e Duarte, Ana Helena da Silva ...

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epresentações, cujo objetivo é a ordenação <strong>da</strong> própria estrutura social, a história<br />

cultural afasta-se sem dúvi<strong>da</strong>s de uma dependência demasiado escrita em relação a<br />

uma história social fa<strong>da</strong><strong>da</strong> apenas ao estudo de lutas econômicas, mas também faz um<br />

retorno útil sobre o social, já que dedica atenção às estratégias simbólicas que<br />

determinam posições e que relações constroem, para ca<strong>da</strong> classe, grupo ou meio, um<br />

“ser percebido” constitutivo de sua identi<strong>da</strong>de. 14<br />

Continuando pelo veio do simbólico, para aproximarmos do imaginário religioso<br />

materializado em símbolos votivos, ancoramos nas observações de Baczko ao afirmar<br />

que os mais notáveis dos símbolos estão ancorados em necessi<strong>da</strong>des profun<strong>da</strong>s e<br />

acabam por se tornar uma razão de existir e agir para os indivíduos e para os grupos<br />

sociais. 15<br />

Nesse sentido, os ex-votos são originados de necessi<strong>da</strong>des profun<strong>da</strong>s, intimistas,<br />

que nasce do imaginário milagroso, mistura de fenômeno, drama e poesia e é<br />

constituído em nome do real. Sobre o imaginário, Sônia Swain resume: atravessando (e<br />

interferindo em) to<strong>da</strong> constituição <strong>da</strong>s formas discursivas, instaurando paradigmas e<br />

papéis, criando normas valores e ver<strong>da</strong>des, determinando as fronteiras e as margens,<br />

indicando os níveis de tolerância/absorção, traçando estratégias, projetando cores e<br />

tons, o imaginário, em sua ambigüi<strong>da</strong>de fun<strong>da</strong>mental, explora os obscuros traçados do<br />

desejo, do impulso primevo, criador/criatura, construtor/construído, campo<br />

privilegiado de apreensão social. 16<br />

Para <strong>da</strong>r suporte às leituras e analises <strong>da</strong>s imagens origina<strong>da</strong>s do imaginário<br />

religioso e dos artistas cujas obras são vetores importantes para compreensão <strong>da</strong><br />

temática, apoiamo-nos em algumas obras de Giulio Carlo Argan 17 e também nas leituras<br />

críticas sobre arte feitas por dois jovens estudiosos brasileiros, kátia Canton 18 e Tadeu<br />

14<br />

CHARTIER, Roger. A Beira <strong>da</strong> Falésia: a história entre certezas e inquietudes. In: O mundo como<br />

representação. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 2002. p. 73.<br />

15<br />

BACKO, Bronislaw. Imaginação Social. In: Enciclopédia Einaudi. Porto: Einaudi Imprensa Nacional<br />

– Casa <strong>da</strong> Moe<strong>da</strong>, 1985. p. 311.<br />

16<br />

SWAIN, Tânia Navarro. Você disse Imaginário? In: História no Plural. Brasília: Editora Universi<strong>da</strong>de<br />

de Brasília, 1994. p. 66.<br />

Ver também:<br />

BESSONE, Tânia Maria Tavares. Et al. América Latina: Imagens, Imaginação e Imaginário. Rio de<br />

Janeiro: Expressão e Cultura; São Paulo: EDUSP, 1997.<br />

BACHELARD, Gaston. Direito de Sonhar. Rio de Janeiro: Bertrand. 1991.<br />

17<br />

ARGAN, Giulio Carlo. A Arte e a Critica de Arte. Lisboa: Editorial Estampa, 1988.<br />

_______, Guia de História <strong>da</strong> Arte. Lisboa: Editorial Estampa, 1994.<br />

18<br />

CANTON, Kátia. Novíssima Arte Brasileira: um guia de tendências. São Paulo: Iluminuras. 2000<br />

13

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