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FICHA CATALOGRÁFICA D812e Duarte, Ana Helena da Silva ...

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Apresenta<strong>da</strong>s algumas definições e alguns modos de ver essa devoção,<br />

passaremos para o ritual que norteia suas etapas de fé.<br />

Pedido, promessa, obtenção <strong>da</strong> graça, pagamento <strong>da</strong> promessa. Essa seqüência<br />

parece lógica e até reduzi<strong>da</strong>. No entanto, ca<strong>da</strong> uma dessas etapas é permea<strong>da</strong> de valores<br />

simbólicos, criados conforme o imaginário do devoto, contendo resíduos do coletivo,<br />

que, na maioria <strong>da</strong>s vezes, fogem de uma lógica pré-estabeleci<strong>da</strong>.<br />

Inicialmente, o crente ou devoto faz um pedido ao santo de sua devoção, para se<br />

obter algum tipo de graça, que pode ou não estar vinculado a questões de saúde. Pode<br />

ser também para atingir metas pessoais, tais como aprovações em vestibulares,<br />

concursos, formaturas, conseguir a habilitação de trânsito, arrumar casamento e<br />

inúmeras outras.<br />

Caso o requerente seja contemplado com a graça, o agraciado oferece ao seu<br />

intercessor o ex-voto, que geralmente é representado através de objetos, desenhos,<br />

pinturas, esculturas, fotografias e outros (ex-votos materiais). Existindo ain<strong>da</strong> <strong>da</strong>nças,<br />

sacrifícios de não comer determinados alimentos, rezar vários terços, subir esca<strong>da</strong>s de<br />

joelhos e outros (ex-votos imateriais).<br />

Desde o momento em que o crente invoca o santo para fazer-lhe o pedido <strong>da</strong><br />

graça, inicia-se entre eles uma espécie de pacto. Um contrato onde ambas as partes<br />

assumem responsabili<strong>da</strong>des. O devoto, com muita veemência, explica e dialoga com o<br />

santo, explicitando seus desejos e se comprometendo a cumprir a promessa que é feita<br />

no ato do pedido. Assim, o santo ficará ciente de to<strong>da</strong> a trajetória dos deveres do crente.<br />

Caso ele seja beneficiado, terá que quitar a dívi<strong>da</strong>, conforme feita a “negociação”.<br />

É relevante esclarecer que pedido é um termo de origem latina: petitio, que quer<br />

dizer petição. A primeira manifestação de pedido de que se tem notícia, foi feita por<br />

Jacó, em Bethel, ao Senhor (Gênesis cap. XXVIII vers. 20, 22). 35<br />

Conforme César, os pedidos podem ser feitos de três maneiras: vocal, mental e<br />

escrito.<br />

No vocal, o crente vale-se <strong>da</strong>s palavras para conversar com o santo de sua<br />

confiança e pedir o que deseja. Há nesses pedidos, uma intimi<strong>da</strong>de entre a pessoa que<br />

implora e o santo escolhido. O suplicante fala com calor, procurando ter fé. Terminado<br />

o voto, faz sua promessa e confia no atendimento à súplica.<br />

35 CÉSAR, Getúlio. Op. cit. p.125.<br />

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