11.04.2013 Views

FICHA CATALOGRÁFICA D812e Duarte, Ana Helena da Silva ...

FICHA CATALOGRÁFICA D812e Duarte, Ana Helena da Silva ...

FICHA CATALOGRÁFICA D812e Duarte, Ana Helena da Silva ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

129<br />

essa ânsia ancestral que continua perseguindo o homem, essa necessi<strong>da</strong>de de saber, de<br />

poder, de ter, de ser, essa angústia de explicar, de demonstrar. Contudo, o problema é<br />

que, a partir de sucessivas mutilações, o indivíduo busca a totali<strong>da</strong>de. 180<br />

Nesse sentido, nos filiamos à reflexão de Olivares. O indivíduo pode percorrer por<br />

inúmeras vere<strong>da</strong>s, a seu modo. A busca é pela totali<strong>da</strong>de, inteireza física e mental.<br />

Vemos nessa ilimita<strong>da</strong> obsessão de transgredir o corpo, com excessiva necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

fragmentação, a qual estamos assistindo na Arte Contemporânea, com artistas fazendo<br />

de seus corpos pe<strong>da</strong>ços de “ex-votos vivos”, uma maneira de enfrentamento de seu<br />

auto-retrato, uma denuncia à vi<strong>da</strong>, às doenças, aos conflitos de final e início de século e<br />

também como uma forma de exorcizar o medo <strong>da</strong> morte. Entre os desejos do homem,<br />

reside o de ser imortal. Na busca <strong>da</strong> imortali<strong>da</strong>de, ele se arrima na Religião, oferecendo<br />

simulacros de corpos curados / ex-votos. Na Arte, seja na pintura de Bacon ou nos<br />

“auto-retratos” de Orlan e de outros artistas, são corpos que, embora sacrificados, fazem<br />

um tributo à vi<strong>da</strong>. A obra do artista pode ser também uma forma de sobrevivência, uma<br />

maneira de <strong>da</strong>r continui<strong>da</strong>de à vi<strong>da</strong>, pelo veio de suas poéticas.<br />

Arriscamos dizer, nesse pequeno balanço final, que essa imagética, simulacros de<br />

corpos, “pe<strong>da</strong>ços de mim” e “pe<strong>da</strong>ços de nós mesmos” rogam para que a vi<strong>da</strong> não seja<br />

uma aparência, um mimetismo, um arremedo. Que ela seja real e eternifica<strong>da</strong>.<br />

180 OLIVARES, Rosa . In: Catálogo <strong>da</strong> XXIV Bienal de São Paulo, Op. cit. p. 510.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!