11.04.2013 Views

FICHA CATALOGRÁFICA D812e Duarte, Ana Helena da Silva ...

FICHA CATALOGRÁFICA D812e Duarte, Ana Helena da Silva ...

FICHA CATALOGRÁFICA D812e Duarte, Ana Helena da Silva ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

as senhas. E ca<strong>da</strong> um possui a sua. Nessa perspectiva Paiva diz: [...] é importante<br />

sublinhar que a imagem não se esgota em si mesma, isto é, há sempre muito mais a ser<br />

o apreendido, além <strong>da</strong>quilo que é, nela, <strong>da</strong>do a ler ou ver. Para o pesquisador <strong>da</strong><br />

imagem é necessário ir além <strong>da</strong> dimensão mais visível ou mais explicita dela. Há<br />

lacunas, silêncios e códigos que precisam ser decifrados, identificados e<br />

compreendidos. Nessa perspectiva a imagem é uma espécie de ponte entre reali<strong>da</strong>de<br />

retrata<strong>da</strong> e outras reali<strong>da</strong>des, e outros assuntos, seja no passado, seja no presente. 23<br />

Ao fazermos essas leituras de imagens votivas autobiográficas, procuramos ouvir<br />

suas vozes, choros, alegrias, sabores e desejos. Conversar com as imagens é, em nosso<br />

entendimento, um trabalho de escavação arqueológica, e, em certo ponto, até mesmo<br />

genética. É um escarafunchar contínuo, em busca de uma família, de uma árvore<br />

genealógica para as imagens, com a finali<strong>da</strong>de de agregá-las, identificá-las e legitimálas.<br />

Vale percorrer pelas ambigüi<strong>da</strong>des e armadilhas <strong>da</strong>s iconografias <strong>da</strong>s imagens.<br />

Elas não são decalques para ilustrar textos ou para ornamentar espaços de interiores<br />

domésticos e salas de dentistas. As imagens falam, cabe a nós, decodificarmos de que<br />

forma elas falam.<br />

Por último, essas leituras de imagens instigou-nos a apresentar e (re)analisar nossa<br />

produção plástica e de outros artistas que também recebem subsídios dessa produção<br />

anônima. Com essa argumentação, acreditamos estar averiguando os pontos relevantes<br />

sobre a arte dos “milagres”, legitimando o conhecimento cognitivo na formação de<br />

nossa pesquisa poética, que está instituí<strong>da</strong> na estesia desse imaginário de “profani<strong>da</strong>des”<br />

e “sacrali<strong>da</strong>des” <strong>da</strong> religiosi<strong>da</strong>de popular.<br />

A somatória <strong>da</strong>s cita<strong>da</strong>s aproximações, possibilitou-nos reuni-las em três<br />

capítulos:<br />

O primeiro capítulo intitulamos de Ex-votos: pereni<strong>da</strong>des e universali<strong>da</strong>des. Faz<br />

um desenho hachurando algumas conceituações básicas sobres ex-votos, suporte<br />

necessário para o esclarecimento e desenrolar do texto. Localizamos essa forma de<br />

prometer antes de Cristo (ex-voto pagão) e depois de Cristo (ex-voto cristão) sendo que,<br />

nesse último centralizamos as investigações. Procuramos salientar sua presença<br />

continua<strong>da</strong> em tempos e espaços distintos, observando suas características, mu<strong>da</strong>nças,<br />

permanências e variações de suas concepções e estéticas de sua imagem, além <strong>da</strong>s<br />

23 PAIVA, Eduardo França. História e Imagens. Belo Horizonte: Autêntica, 2002. p. 19.<br />

15

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!