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História do Desenvolvimento Da Colônia Nipo Brasileira de

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<strong>do</strong> seu Miyamoto e o outro <strong>do</strong> seu Morita.<br />

Requisitamos um terceiro <strong>do</strong> seu Maeda, mas como<br />

não havia muita cargas, funcionamos com <strong>do</strong>is.<br />

Assim, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um ano levantamos um lucro<br />

equivalente ao preço <strong>de</strong> um caminhão! Mesmo com<br />

o preço <strong>de</strong> um carreto bem abaixo da praça. No<br />

começo aplicamos os lucros na compra <strong>de</strong> veículos<br />

e <strong>de</strong>pois, com a construção <strong>do</strong> alojamento,<br />

aplicamos na educação das crianças. Os projetos<br />

aqui em Ibiúna eram fáceis <strong>de</strong> serem executa<strong>do</strong>s<br />

porque to<strong>do</strong>s os agricultores eram associa<strong>do</strong>s da<br />

Cooperativa Agrícola <strong>de</strong> Cotia. No caso <strong>de</strong><br />

Pieda<strong>de</strong>, por exemplo, como há associa<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

outras cooperativas, surgiram muitas divergências.<br />

Porém, isso não acontece em Ibiúna.<br />

SAITO - Isso é importante. Essa particularida<strong>de</strong><br />

nos atraiu muito. Mesmo que houvesse discussões,<br />

quan<strong>do</strong> chegávamos a um consenso to<strong>do</strong>s se uniam<br />

para se empenhar a causa. Achei que esse<br />

entendimento <strong>de</strong>via sempre ser manti<strong>do</strong>.<br />

KAWAKAMI (Ta) - Entretanto, mesmo que seja<br />

algo para o beneficio da coletivida<strong>de</strong> sempre surge<br />

alguém que contrariava.<br />

SAITO - Isso é verda<strong>de</strong>. O nosso mun<strong>do</strong> é assim.<br />

MURAMATSU - Não me lembro bem em que ano<br />

foi. Mas, em 1947, instalei-me aqui e mais tar<strong>de</strong><br />

participei <strong>de</strong> uma assembléia geral <strong>do</strong> Grupo <strong>de</strong><br />

Transporte e fiquei espanta<strong>do</strong>. Pois, a assembléia<br />

havia se transforma<strong>do</strong> numa arena <strong>de</strong> duelo entre<br />

o sr. Takashi Kawakami contra o sr. Seiki<br />

Murakami.<br />

SAITO - Foi uma aula e tanto, né.<br />

MURAMATSU - Fiquei surpreso. Sou um tanto<br />

teimoso, mas <strong>de</strong>scobri que em Ibiúna havia gente<br />

que me ultrapassava. Estavam discutin<strong>do</strong> a respeito<br />

da catação das merca<strong>do</strong>rias, coisas habituais<br />

efetuadas semanalmente.<br />

Se não me engano, o sr. Murakami estava<br />

alegan<strong>do</strong> que ajuntar as merca<strong>do</strong>rias era a parte<br />

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vital <strong>do</strong> Grupo <strong>de</strong> Transporte e o sr. Kawakami<br />

insistia que para manter e lucrar com o Grupo <strong>de</strong><br />

Transporte era necessário ter carga suficientemente<br />

ajunta<strong>do</strong> num <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> local para apanhá-la.<br />

Nunca presenciei a uma discussão tão cerrada!<br />

Naquela época to<strong>do</strong>s tinham vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar<br />

algo.<br />

MAEDA - Por isso discutiam para valer.<br />

MURAMATSU - E como discutiam!<br />

SAITO - É como o sr. Kawakaini falou agora<br />

pouco. Havia união. Não é que eu conheço to<strong>do</strong><br />

subúrbio <strong>de</strong> São Paulo, mas consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> bem,<br />

Ibiúna era o local on<strong>de</strong> se concentrava os maiores<br />

produtores <strong>do</strong> ranking da colônia. Portanto, tinha<br />

muita gente que plantava e colhia em gran<strong>de</strong> escala.<br />

Por isso, os médios e os pequenos produtores<br />

conseguiram se usufruir com os acessos no<br />

transporte. Seja como for, se <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>sse <strong>de</strong><br />

produtores pequenos como eu, não haveria tanto<br />

progresso em curto espaço <strong>de</strong> tempo. Acho que<br />

levaria cinco a <strong>de</strong>z anos.<br />

MURAMATSU - Além disso, o que beneficiou a<br />

região foi a boa li<strong>de</strong>rança. Graças a presença <strong>do</strong><br />

sr. Murakami, o sr. Takashi Kawakami, o sr. Miyaji<br />

e outros, to<strong>do</strong>s nós apren<strong>de</strong>mos como se comportar<br />

<strong>de</strong>ntro da comunida<strong>de</strong>. Como também, houve<br />

muitos outros fatores que nos favoreceram; a<br />

localização da região, um gran<strong>de</strong> merca<strong>do</strong><br />

consumi<strong>do</strong>r bem próximo, a tendência local <strong>de</strong><br />

ampliar área <strong>de</strong> cultivo por causa das <strong>do</strong>enças que<br />

afetavam as plantas, a mudança da monocultura<br />

<strong>de</strong> batata para a policultura <strong>de</strong> outros produtos,<br />

em escala bem maior.<br />

SAITO - A vantagem que Ibiúna oferecia era a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> aumento das áreas produtivas.<br />

MAEDA - Naquele tempo, to<strong>do</strong>s achavam que<br />

cada família <strong>de</strong>via possuir no mínimo cinqüenta<br />

alqueires <strong>de</strong> terra disponível.

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