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História do Desenvolvimento Da Colônia Nipo Brasileira de

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CIDADES IRMÃS<br />

IBIÚNA E KUSHIMA<br />

TETSUTARO IWASHITA<br />

Miyazaki-ken Kushima-shi Kushima, 1.255<br />

Antes <strong>de</strong> escrever o como se uniram estas<br />

duas cida<strong>de</strong>s irmãs, gostaria <strong>de</strong> escrever sobre o<br />

meu relacionamento com o Brasil. Este<br />

relacionamento aconteceu no pós-guerra, quan<strong>do</strong><br />

eu estava lecionan<strong>do</strong> no ginásio Iino da cida<strong>de</strong> Iinomachi,<br />

província <strong>de</strong> Miyazaki, Japão. Fomos fazer<br />

um piquenique no planalto Yatake, quan<strong>do</strong> a minha<br />

classe estava para se formar.<br />

As montanhas <strong>de</strong> Kirishima se alinhavam<br />

ao longe e, em baixo, entre os arrozais e as<br />

plantações avistavam-se as casas <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> Iino e<br />

<strong>de</strong> Kaku-Tokyomachi. Era primavera e entre as<br />

relvas secas os brotos <strong>do</strong> capinzal começavam a se<br />

ver<strong>de</strong>jar. Alguns alunos já estavam trocan<strong>do</strong><br />

palavras <strong>de</strong> <strong>de</strong>spedida.<br />

Estava ven<strong>do</strong> as nuvens se locomoverem,<br />

quan<strong>do</strong> o chefe <strong>do</strong> grupo <strong>de</strong> volei-bol, Akifumi<br />

Seguchi, aproximou-se e me disse:<br />

-Professor, quero ir ao Brasil, mas meus pais<br />

não permitem. Será que o professor não po<strong>de</strong><br />

convencê-los? -pediu-me seriamente.<br />

Sempre nas aulas <strong>de</strong> ciências sociais, eu<br />

vinha repetin<strong>do</strong> aos alunos:<br />

- O Japão é pequeno e foi <strong>de</strong>rrota<strong>do</strong> na<br />

guerra, mas vocês não <strong>de</strong>vem ser um <strong>de</strong>rrota<strong>do</strong>, - e<br />

isso estava se tornan<strong>do</strong> uma realida<strong>de</strong>.<br />

ARTIGOS ESPECIAIS<br />

147<br />

- Professor, eu hei <strong>de</strong> alcançar o sucesso<br />

no Brasil e convidar o senhor,- continuou o menino<br />

com os olhos cheios <strong>de</strong> esperança.<br />

A fim <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r o pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> Seguchi, eu<br />

passei a frenquentar todas as noites a casa <strong>do</strong><br />

menino, que ficava a uma distância <strong>de</strong> quatro<br />

quilômetros, para convencer os pais <strong>de</strong>le.<br />

- Como po<strong>de</strong>mos mandar nosso filho a um<br />

lugar on<strong>de</strong> surgem serpentes enormes e índios que<br />

matam gente? Temos muitos filhos, mas sentimos<br />

amor por to<strong>do</strong>s eles, - diziam os pais.<br />

Eu compreendia o sentimento <strong>do</strong>s pais, mas<br />

acreditava que o Brasil não era um país tão atrasa<strong>do</strong><br />

assim. Procurei colher muitas informações a<br />

respeito <strong>do</strong> Brasil e transmiti-las aos pais <strong>do</strong><br />

menino. Quan<strong>do</strong> o dia da formatura aproximouse,<br />

tive uma surpresa:<br />

- O professor nos convenceu. Vamos<br />

mandar nosso filho ao Brasil, - permitiu o pai e<br />

celebramos o fato com carne <strong>de</strong> frango e "shochyu".<br />

O semblante <strong>do</strong> menino abriu-se num sorriso<br />

radiante.

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