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História do Desenvolvimento Da Colônia Nipo Brasileira de

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era o chefe da repartição. Fui ao merca<strong>do</strong>, comprei<br />

leitão, peru e outras coisas, enchi três caixas <strong>de</strong><br />

papelão e man<strong>de</strong>i entregar na avenida Paulista,<br />

on<strong>de</strong> ele morava. Depois voltei à repartição perto<br />

da praça Ramos <strong>de</strong> Azeve<strong>do</strong>. Assim que cheguei<br />

lá, o Dr. Ferraz man<strong>do</strong>u me chamar e fui informa<strong>do</strong><br />

que o chefe queria encontrar comigo; a mulher <strong>de</strong>le<br />

tinha lhe telefona<strong>do</strong> e dito ter recebi<strong>do</strong> aqueles<br />

presentes. Des<strong>de</strong> então, as nossas quotas passaram<br />

a ser tratadas diretamente com o sr. Osval<strong>do</strong>.<br />

Depois disso, buscávamos gasolina em tambores<br />

e o G.T.C. <strong>de</strong> Ibiúna nunca mais teve problema<br />

com a gasolina.<br />

SAITO - Isso é uma parte importante da nossa<br />

história.<br />

KAWAKAMI (Ta) - Não sei se <strong>de</strong>vo falar, mas<br />

isso só aconteceu com Ibiúna. O Grupo <strong>de</strong> Vargem<br />

Gran<strong>de</strong> ficou saben<strong>do</strong> <strong>do</strong> caso e começou apertar<br />

o encarrega<strong>do</strong> dizen<strong>do</strong>, se Kawakami conseguiu,<br />

porque você não consegue?<br />

HIROTA - Nós tínhamos um funcionário que se<br />

chamava Rubens. Ele era o encarrega<strong>do</strong> <strong>de</strong>sse setor.<br />

Não somente gasolina, como óleo, açúcar e outros<br />

assuntos junto ao governo. Era semi-analfabeto,<br />

que mal sabia assinar o próprio nome, mas tinha<br />

uma habilida<strong>de</strong> no ramo. Era joga<strong>do</strong>r <strong>de</strong> futebol<br />

<strong>de</strong> um clube <strong>de</strong> São Bernar<strong>do</strong>. Não sei como, mas<br />

o Dr. Ferraz catou ele e colocou nesse posto. Seja<br />

como for, nenhum outro G.T.C. conseguiu aquilo<br />

que o sr. Kawakami conseguiu. Por isso os outros<br />

G.T.C. tiveram que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r da quota da<br />

Cooperativa. Era briga to<strong>do</strong>s os dias em torno da<br />

gasolina. Não sei se o sr. Nagamori ainda se lembra,<br />

mas havia os casos da safra e da entre safra, como<br />

também os casos <strong>do</strong>s caminhões a gazogênio que<br />

usava carvão.<br />

KAWAKAMI (Ta) - Tinha um forno enorme, né.<br />

HIROTA - Sim, sim.<br />

MIYAJI - Gazogênio, né.<br />

141<br />

HIROTA - Os caminhões da central também<br />

passaram a funcionar a gazogênio e quan<strong>do</strong> ia<br />

buscar carga em Santos, não tinha força suficiente<br />

para subir a serra.<br />

SAITO - Qualquer subida, tinha que acelerar bem<br />

antes para po<strong>de</strong>r subir.<br />

KAWAKAMI (Ta) - Eu tinha <strong>do</strong>is caminhões à<br />

gazogênio. Comprei <strong>do</strong>s melhores por precaução,<br />

caso não chegasse gasolina no porto <strong>de</strong> Santos,<br />

po<strong>de</strong>ria transportar as merca<strong>do</strong>rias com esses<br />

carros.<br />

HIROTA - Naquela época, o Dr. Ferraz tinha um<br />

Chrysler! Não sei bem, se era Chrysler ou Imperial,<br />

era usa<strong>do</strong>, mas um <strong>do</strong>s carros mais caros. Como<br />

era obrigatório o uso <strong>do</strong> gazogênio, colocaram um<br />

forno enorme no porta mala daquele carro. Fiquei<br />

imaginan<strong>do</strong> quem será o próximo diretor executivo<br />

que iria herdar esse trambolho.<br />

KAWAKAMI (Ta) - O carvão que usava era <strong>de</strong>ste<br />

tamanho. Não podia ser maior e nem menor. Para<br />

<strong>de</strong>ixar o saco <strong>de</strong> carvão, usava-se o assento ao la<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> motorista, pois não tinha espaço para <strong>de</strong>ixar.<br />

NAGAMORI - Muito obriga<strong>do</strong> pela participação.<br />

Foi muito interessante.

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