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História do Desenvolvimento Da Colônia Nipo Brasileira de

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KAWAKAMI (Ta) - Seu Murakami e eu sempre<br />

brigávamos. Tanto no caso <strong>do</strong> G.T.C. como em<br />

outros, nosso ponto <strong>de</strong> vista não se encaixavam.<br />

Quan<strong>do</strong> levantamos a questão <strong>de</strong> construir o<br />

pensionato escolar em Ibiúna, o sr. Murakami<br />

passou a se opor radicalmente. O motivo era porque<br />

ele exercia a presidência da Associação <strong>do</strong>s Pais e<br />

Protetores da Escola Japonesa <strong>de</strong> Cotia já há muito<br />

tempo. Eu e o Tsutomu tornamo-nos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />

<strong>do</strong> sr. Shimomoto em Cotia, mas os nossos filhos<br />

mais velhos estavam freqüentan<strong>do</strong> essa escola. Os<br />

filhos <strong>do</strong> sr. Tomoichi Miyamoto, os <strong>do</strong> sr. Ichiji<br />

Hirata e muitos outros também. A opinião <strong>do</strong> sr.<br />

Murakami era o seguinte. A educação escolar não<br />

<strong>de</strong>ve ser realizada, em hipótese alguma, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />

uma região acanhada. Para se obter um bom<br />

resulta<strong>do</strong> educacional, a região su<strong>do</strong>este <strong>de</strong> São<br />

Paulo <strong>de</strong>ve se unir a Escola Japonesa <strong>de</strong> Cotia.<br />

Embora a região <strong>de</strong> Vargem Gran<strong>de</strong> tenha<br />

construí<strong>do</strong> a sua própria escola, rompen<strong>do</strong> os<br />

princípios, Ibiúna não <strong>de</strong>ve seguir o mesmo<br />

exemplo, insistia ele.<br />

Mas, a minha opinião era diferente.<br />

Enquanto não temos condições <strong>de</strong> construir uma<br />

escola, o jeito é utilizar a escola <strong>do</strong> vizinho.<br />

Porém, quan<strong>do</strong> tivermos condição <strong>de</strong><br />

construir uma escola própria, porque continuar<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> da escola <strong>do</strong> vizinho? Como já<br />

possuíamos condição financeira, vamos construir<br />

uma escola aos nossos filhos. Assim, a distância<br />

fica mais perto e as <strong>de</strong>spesas bem em conta. Porém,<br />

o sr. Murakami obstinou-se em impedir-nos.<br />

SAITO - Com apenas 50 famílias, quase íamos<br />

<strong>de</strong>sistir. Felizmente o número <strong>de</strong> interessa<strong>do</strong>s<br />

aumentou e ultrapassou 80 famílias. O ponto <strong>de</strong><br />

vista <strong>do</strong> sr. Kawakami estava certo. Uma região<br />

como Ibiúna <strong>de</strong>ve ser unificada em uma só escola.<br />

KAWAKAMI (Ta) - Pensan<strong>do</strong> bem, foi bom ter<br />

construí<strong>do</strong> a escola em Ibiúna.<br />

MURAMATSU - Mas naquela época, muita gente<br />

não conseguia se <strong>de</strong>sligar <strong>de</strong> Cotia e continuava<br />

mandan<strong>do</strong> seus filhos daqui para a escola <strong>de</strong> lá,<br />

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mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> termos construí<strong>do</strong> a escola <strong>de</strong><br />

Ibiúna.<br />

KAWAKAMI (Ta) - Isso porque, até então, to<strong>do</strong>s<br />

tinham uma profunda ligação com Cotia e não<br />

conseguiam se <strong>de</strong>sligar <strong>de</strong> lá tão bruscamente. Até<br />

que a própria Escola Japonesa <strong>de</strong> Cotia propôs o<br />

<strong>de</strong>sligamento.<br />

SAITO - Ficaram com pena <strong>de</strong> nós?<br />

MURAMATSU - Acho que não foi isso. É porque<br />

os japoneses dão muita importância ao <strong>de</strong>ver moral.<br />

HIROTA - Aí está a questão. Naquela ocasião, eu<br />

estava moran<strong>do</strong> na central, embora fosse ainda<br />

menor, me preocupava com o caso que estava<br />

acontecen<strong>do</strong> em Ibiúna, que naquele tempo<br />

chamava-se Úna.<br />

KAWAKAMI (Ta) - Antigamente, era Úna.<br />

HIROTA - Ouvi dizer que em Úna morava muita<br />

gente importante e, por isso, há muita discussão e<br />

<strong>de</strong>savença. Mas, quan<strong>do</strong> necessitava to<strong>do</strong>s se<br />

uniam para enfrentar a causa. To<strong>do</strong>s diziam, seja<br />

como for, nos assuntos <strong>de</strong> Ibiúna nunca se <strong>de</strong>ve<br />

intrometer.<br />

MURAMATSU - Ah, então é por isso que vocês<br />

não emprestava dinheiro para nós, não é ? (to<strong>do</strong>s<br />

riem).<br />

KAWAKAMI (Ta) - Éramos mal trata<strong>do</strong>s, né.<br />

SAITO - É verda<strong>de</strong>. Nós também fomos pedir<br />

empréstimo, mas foi tão difícil!<br />

KAWAKAMI (Ta) - Quan<strong>do</strong> construímos o<br />

primeiro pensionato em Ibiúna, pedimos<br />

contribuição a to<strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, mas faltou<br />

$370:000.000 (trezentos setenta contos <strong>de</strong> réis).<br />

Então, fomos pedir à Cooperativa para que nos<br />

emprestasse essa quantia.

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