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História do Desenvolvimento Da Colônia Nipo Brasileira de

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tradicional <strong>de</strong> Ibiúna. Os membros <strong>do</strong> time, tinham<br />

que treinar assim que terminassem os estu<strong>do</strong>s. O<br />

professor Kiuchi, que estava encarrega<strong>do</strong> em<br />

orientar e treinar o time, mantinha um princípio<br />

que dizia:<br />

- O esporte não <strong>de</strong>ve ser um mero<br />

divertimento. O importante no esporte é manter o<br />

trabalho em equipe, - dizia ele e treinava<br />

energicamente os meninos para implantar neles o<br />

espírito <strong>de</strong> harmonia. Entretanto, como se tratava<br />

<strong>de</strong> crianças, essa rigorosida<strong>de</strong> veio causar<br />

conseqüências nos estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> português e <strong>de</strong><br />

japonês. A fim <strong>de</strong> evitar que as notas escolares<br />

<strong>de</strong>sses alunos caíssem, procuramos manter contato<br />

com os professores da escola pública e vigiar o<br />

rendimento <strong>do</strong>s alunos mais atrasa<strong>do</strong>s.<br />

Nós, que estávamos ensinan<strong>do</strong> a língua<br />

japonesa, também estávamos enfrentan<strong>do</strong><br />

problemas; passamos a dar uma certa tolerância<br />

nas lições <strong>de</strong> casa aos alunos que praticavam o<br />

beisebol e, com isso, até aqueles que não<br />

praticavam nos esportes começaram a negligenciar<br />

nas suas tarefas <strong>de</strong> casa. Para impedir esse<br />

relaxamento passei a contar aos alunos, sobre a<br />

vida das personalida<strong>de</strong>s ilustres que ficaram na<br />

história. Citei que para se <strong>de</strong>stacar numa<br />

<strong>de</strong>terminada área, tem que se esforçar mais <strong>do</strong> que<br />

os outros.<br />

Certo dia, houve uma forte discussão entre<br />

o prof. Kawabe e o prof. Kiuchi.<br />

O primeiro valorizava mais o estu<strong>do</strong> e, por<br />

isso, aconteceu o <strong>de</strong>sentendimento acerca <strong>do</strong>s<br />

treinamentos <strong>de</strong> beisebol. Des<strong>de</strong> então, o prof.<br />

Kawabe recusou-se em comparecer na sala <strong>de</strong><br />

aulas. Fui conversar com ele várias vezes, ao<br />

pedi<strong>do</strong> <strong>do</strong> prof. Kiuchi, a fim <strong>de</strong> convencê-lo a<br />

voltar a dar aulas. Porém, após um ano e meio, o<br />

prof. Kawabe <strong>de</strong>mitiu-se e foi embora.<br />

Com esses acontecimentos, o prof. Kiuchi<br />

parece ter passa<strong>do</strong> momentos angustiantes.<br />

Após o falecimento <strong>do</strong> diretor Oonishi,<br />

entrou o diretor Massaru Azuma, mas ele também<br />

<strong>de</strong>mitiu-se <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um ano. Então, o prof. Kiuchi<br />

passou a assumir oficialmente o cargo <strong>de</strong> diretor.<br />

Para nós foi ótimo, porque já o conhecíamos muito<br />

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bem. Assim, a vida no pensionato continuou sem<br />

qualquer atrito. Entretanto, parece-me que os<br />

trabalhos <strong>de</strong> escritório havia aumenta<strong>do</strong> e víamos<br />

quase sempre o novo diretor trabalhan<strong>do</strong> até alta<br />

noite.<br />

Já nessa época, havia uns 170 a 180 alunos,<br />

porém, aqueles que pousavam no alojamento havia<br />

diminuí<strong>do</strong> para uns 130 a 140 alunos. Quan<strong>do</strong> fui<br />

me instalar no pensionato, para transportar as<br />

crianças à escola tinha que utilizar tratores ou jippe,<br />

porém, anos <strong>de</strong>pois cada família passou a possuir<br />

um a três automóveis. Além <strong>do</strong> mais, as estradas<br />

foram pavimentadas e, com isso, o acesso à escola<br />

tornou-se fácil e muitos alunos começaram a<br />

freqüentar a escola pela sua própria casa. Isso,<br />

evi<strong>de</strong>ntemente, <strong>de</strong>monstrava a elevação <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r<br />

aquisitivo das famílias nipo-brasileiras e, ao mesmo<br />

tempo, o progresso da região <strong>de</strong> Ibiúna. Nesta<br />

altura, os alunos <strong>do</strong> pensionato eram compostos<br />

totalmente <strong>de</strong> "nissei" e "sanssei" e já começava<br />

aparecer alguns "yonssei".<br />

A partir daí, começou aumentar alunos que<br />

não entendiam a língua japonesa e o méto<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

ensino tornou-se mais difícil. Além disso, aumentou<br />

o número <strong>de</strong> crianças menores. Os ginasianos<br />

tinham aulas <strong>de</strong> exercícios físicos na parte da<br />

manhã e a tar<strong>de</strong> passaram a ter aulas <strong>de</strong> trabalho,<br />

aumentan<strong>do</strong> assim os horários letivos. Nessa<br />

ocasião, já havia quatro escolas públicas na cida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Ibiúna e quase que a totalida<strong>de</strong> das crianças <strong>do</strong><br />

internato freqüentavam as aulas no perío<strong>do</strong> da<br />

manhã.<br />

Portanto, as crianças que se machucavam<br />

ou se a<strong>do</strong>eciam ficavam aos cuida<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s<br />

professores, aumentan<strong>do</strong> assim as tarefas para<br />

to<strong>do</strong>s nós. Havia pais que, com o pretexto <strong>de</strong><br />

estarem muito ocupa<strong>do</strong>s no trabalho das<br />

plantações, traziam seus filhos <strong>do</strong>entes e largavam<br />

no pensionato como se estivessem internan<strong>do</strong>-os<br />

num hospital. Certa vez, Massae, a moça que<br />

trabalhava no escritório, trouxe<br />

um remédio e entregou-me<br />

dizen<strong>do</strong>:<br />

- Os pais trouxeram uma<br />

criança e pediram para que <strong>de</strong>sse

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