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História do Desenvolvimento Da Colônia Nipo Brasileira de

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Angela Yuko Massuoka<br />

Brasil é a terra on<strong>de</strong> nasci e vivi quinze anos. É um país cerca<strong>do</strong> por esplêndida<br />

natureza. Aqui freqüentei a escola, estu<strong>de</strong>i e, no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong>sses anos, adquiri os hábitos e<br />

as maneiras <strong>de</strong> pensar <strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais brasileiros.<br />

Todavia, meus pais são japoneses e, consequentemente, as primeiras palavras<br />

que eu proferi foi o japonês. Freqüentei a escola japonesa, li muitas revistas em quadrinhos,<br />

livros e jornais em japonês, como também assisti aos programas <strong>de</strong> televisão japonesa.<br />

Com isso adquiri também a cultura, o mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> pensar e os hábitos <strong>do</strong> Japão. Ultimamente,<br />

percebi que eu tenho a nacionalida<strong>de</strong> brasileira, mas, a minha fisionomia é japonesa e no<br />

meu sentimento a parte japonesa pre<strong>do</strong>mina mais <strong>do</strong> que a brasileira. Eu sou brasileira e,<br />

ao mesmo tempo, japonesa. Venho encaran<strong>do</strong> seriamente esta questão, pois possuo duas<br />

terras natais, Brasil e Japão, fato que não posso negar. Sinto-me feliz em possuir duas<br />

terras natais, porém, as vezes isso me <strong>de</strong>ixa perplexa.<br />

Fico muito preocupada ao imaginar que, se um dia eu for ao Japão, o meu mo<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> pensar e os hábitos adquiri<strong>do</strong>s no Brasil possam tornar-se as causas <strong>de</strong> discriminação,<br />

como uma "estrangeira", contra a minha própria pessoa. O que me <strong>de</strong>ixou mais insegura é<br />

quan<strong>do</strong> penso: ter duas terras natais, não significa que não possuo nenhuma?<br />

O que teria aconteci<strong>do</strong> se os imigrantes japoneses não tivessem vin<strong>do</strong> para o<br />

Brasil? Eu não teria nasci<strong>do</strong> aqui no Brasil e, certamente, estaria moran<strong>do</strong> no Japão. Talvez,<br />

a esta altura, estaria estudan<strong>do</strong> com afinco como as <strong>de</strong>mais estudantes japonesas. Desta<br />

forma, fico imaginan<strong>do</strong> mil e uma coisas.<br />

Eu sempre quis morar no Japão e acho que <strong>de</strong>ve ser formidável. Porém, não<br />

posso negar o fato que agora estou viven<strong>do</strong> no Brasil. Mesmo que eu imagine muitas<br />

coisas sobre o Japão, a minha realida<strong>de</strong> não muda.<br />

Minha mãe sempre me pe<strong>de</strong> para servir <strong>de</strong> intérprete <strong>de</strong>la. - Procure apren<strong>de</strong>r o<br />

português, - protesto eu, mas, sempre estou pronta para atendê-la. Acho que, como tive<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r as duas línguas, <strong>de</strong>vo fazer uso <strong>de</strong>les em qualquer ocasião. Além<br />

<strong>do</strong>s idiomas, tenho <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> meu interior uma parte <strong>de</strong> sentimento brasileiro e outra <strong>de</strong><br />

japonês. Acho que não é uma in<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> sentimento e, sim, um equilíbrio natural.<br />

Espero que um dia possa dizer com orgulho: - eu sou uma nipo-brasileira.<br />

(concurso <strong>de</strong> oratória)<br />

75<br />

(Taça Cônsul Geral <strong>do</strong> Japão)

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