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História do Desenvolvimento Da Colônia Nipo Brasileira de

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Quan<strong>do</strong> os alunos respon<strong>de</strong>ram com uma<br />

voz afável "hai!", senti uma gran<strong>de</strong><br />

responsabilida<strong>de</strong> no meu interior e jurei comigo<br />

mesma que a partir daquele momento, iria me<br />

<strong>de</strong>dicar <strong>de</strong> corpo e alma na orientação <strong>de</strong>ssas<br />

crianças.<br />

O diretor <strong>do</strong> pensionato que tomou posse<br />

posteriormente, o prof. Hissaji Shimoka<strong>do</strong>, tinha<br />

uns quarenta anos e era muito alegre. A turma <strong>de</strong><br />

professoras era composta <strong>de</strong> uma <strong>de</strong> corte e costura,<br />

duas <strong>de</strong> português, eu e mais três <strong>de</strong> japonês. Nove<br />

meses mais tar<strong>de</strong> foram admiti<strong>do</strong>s o prof. Kiyoma<br />

Onishi e sua esposa. Assim, em 1968 havia oito<br />

professores <strong>de</strong> japonês, portanto, tivemos mais<br />

horas <strong>de</strong> folga. Porém, após 1968, o prof. Onishi<br />

tornou-se diretor <strong>do</strong> alojamento; uma pessoa muito<br />

<strong>de</strong>dicada à educação, que já possuía experiência<br />

<strong>de</strong> trinta anos em pedagogia no Japão. O prof.<br />

Shimoka<strong>do</strong> estava explican<strong>do</strong> alguns tempos sobre<br />

o internato ao novo diretor e <strong>de</strong>mitiu-se em seguida.<br />

Com a <strong>de</strong>missão <strong>de</strong>le, voltamos a ensinar o japonês<br />

com apenas quatro professores, mas logo foi<br />

admiti<strong>do</strong> o prof. Tsutomu Kiuchi.<br />

A vida no internato estava sob controle <strong>de</strong><br />

uma regra. Os alunos tinham que acordar as 5:50<br />

horas, fazer limpeza <strong>de</strong>ntro e fora <strong>do</strong> alojamento e<br />

os três banheiros, conforme a turma a qual<br />

pertencia; os meninos tinham que limpar o "ofuro-<br />

ba" em 30 minutos. Após a limpeza geral, to<strong>do</strong>s se<br />

reuniam em frente <strong>do</strong> edifício, on<strong>de</strong> o diretor<br />

transmitia a mensagem matinal e exercitavam o<br />

"rajio-taiso". Termina<strong>do</strong> a ginástica, to<strong>do</strong>s se<br />

dirigiam ao salão para tomar o café da manhã; após<br />

o lanche, recolhiam as xícaras para a cozinha e<br />

saiam à escola (na época chamava-se <strong>de</strong> "grupo<br />

escolar").<br />

Aqueles que tinham aula no turno da tar<strong>de</strong>,<br />

tinham aulas <strong>de</strong> corte e costura ou <strong>de</strong> língua<br />

japonesa no pensionato, a partir das 7:30 horas;<br />

estudavam três a quatro horas. Terminan<strong>do</strong> as aulas<br />

matinais, ao meio dia, as crianças que saíam pela<br />

manhã, regressavam da escola e to<strong>do</strong>s sentavam à<br />

mesa para almoçar. Após a refeição, os alunos <strong>do</strong><br />

segun<strong>do</strong> turno saiam, enquanto os restantes<br />

estudavam no alojamento a partir das 13:00 horas.<br />

155<br />

As aulas terminavam às 17:00 horas e às 18:00<br />

horas to<strong>do</strong>s estavam prepara<strong>do</strong>s para jantar. Como<br />

as crianças pequenas caiam nos folgue<strong>do</strong>s,<br />

obrigávamos a tomar banho antes <strong>do</strong> jantar para se<br />

apresentarem limpos à mesa.<br />

Após o jantar, das 19:00 às 20:00 horas,<br />

era hora <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s se reunirem no salão para fazer<br />

as lições <strong>de</strong> casa e estudar. Este horário era<br />

administra<strong>do</strong> por uma professora. As encarregadas<br />

da higiene se ocupavam em cortar as unhas das<br />

crianças menores e examinavam os cabelos das<br />

meninas para certificar se não tinha piolhos. Às<br />

20:30 horas to<strong>do</strong>s se preparavam para <strong>de</strong>itar e às<br />

21:00 horas as luzes eram apagadas.<br />

Porém, os ginasianos permaneciam no salão<br />

para estudar e se preparar para o vestibular. Isto<br />

também fazia parte <strong>do</strong> dia a dia <strong>do</strong> internato.<br />

To<strong>do</strong>s os anos, no início <strong>do</strong> ano letivo, eram<br />

eleitos entre os alunos, os monitores e os<br />

encarrega<strong>do</strong>s <strong>de</strong> cada setor. No início, as crianças<br />

menores iam a escola <strong>de</strong> roupas sujas e traziam<br />

bilhete <strong>de</strong> advertência que a professora mandava.<br />

Então, as encarregadas <strong>de</strong> higiene passaram a<br />

examiná-las antes <strong>de</strong> sair <strong>do</strong> alojamento e, muitas<br />

vezes, obrigavam a trocarem <strong>de</strong> roupas. As<br />

encarregadas incumbiam-se também em lavar as<br />

roupas, portanto, to<strong>do</strong>s os dias as meninas<br />

ocupavam os cinco tanques que havia no quintal.<br />

Sempre havia roupas brancas nos varais tal qual<br />

ban<strong>de</strong>irolas <strong>de</strong> uma festa.<br />

Além disso, os encarrega<strong>do</strong>s da semana<br />

cuidavam <strong>do</strong>s <strong>do</strong>entes e <strong>do</strong>s machuca<strong>do</strong>s, cuja<br />

<strong>de</strong>dicação era comovente. Faziam ronda,<br />

inspecionan<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro e fora <strong>do</strong> pensionato para<br />

examinar se tu<strong>do</strong> estava em or<strong>de</strong>m e limpo, como<br />

também se algo estaria quebra<strong>do</strong>. A turma <strong>de</strong> ronda<br />

da semana era muito respeita<strong>do</strong> que mesmo aqueles<br />

que estivessem fazen<strong>do</strong> algazarras se comportavam<br />

quan<strong>do</strong> os vigilantes passavam.<br />

O<br />

encarrega<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />

jornalzinho<br />

interno, redigiam<br />

as novida<strong>de</strong>s <strong>do</strong><br />

alojamento e <strong>de</strong>

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