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História do Desenvolvimento Da Colônia Nipo Brasileira de

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sala <strong>do</strong> prefeito, on<strong>de</strong> muitos verea<strong>do</strong>res também<br />

estavam presentes.<br />

- Professor, muito obriga<strong>do</strong> pelos trabalhos<br />

que nos prestou. Desejamos que Ibiúna fosse cida<strong>de</strong><br />

irmã com alguma cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Japão. Será que o<br />

senhor não po<strong>de</strong>ria conseguir isso? - propos-me o<br />

prefeito.<br />

- Isso é ótimo! - encarreguei-me<br />

imediatamente, porém, quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>ixei o gabinete<br />

<strong>do</strong> prefeito, percebi que havia comprometi<strong>do</strong>-me<br />

com uma gran<strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>. Que cida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

Japão se interessaria ser irmã <strong>de</strong> Ibiúna? Era a<br />

questão.<br />

Nisso me ocorreu a imagem da cida<strong>de</strong> on<strong>de</strong><br />

nasci: a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Kushima. Lembrei-me <strong>do</strong> forte<br />

aperto <strong>de</strong> mão <strong>do</strong> prefeito Zezito que me disse:<br />

"por favor".<br />

Assim que cheguei a Kushima, fui procurar<br />

o verea<strong>do</strong>r Toshiaki Tsuda, que morava na<br />

vizinhança e contei-lhe a proposta. Depois fui<br />

visitar o meu amigo Inoichiro Morita, que também<br />

era verea<strong>do</strong>r. Os <strong>do</strong>is concordaram em levar a<br />

proposta à câmara <strong>do</strong>s verea<strong>do</strong>res.<br />

Depois disso, fui visitar o prefeito Shigueru<br />

Yamashita, que fora um <strong>do</strong>s meus alunos quan<strong>do</strong><br />

ensinei no Colégio Fukushima, e entreguei-lhe a<br />

mensagem <strong>do</strong> prefeito <strong>de</strong> Ibiúna. Por sorte,o<br />

prefeito já havia visita<strong>do</strong> o Brasil na ocasião que<br />

fora <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> provincial.<br />

- O mun<strong>do</strong> é gran<strong>de</strong>. É ótimo ter<br />

relacionamento com o exterior. A idéia <strong>do</strong> profes­<br />

sor é válida, porém tu<strong>do</strong> vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r da câmara,<br />

- disse-me ele.<br />

Alguns meses passaram. Apesar das<br />

reuniões da câmara serem repetidas, nenhuma<br />

resposta recebi. Fiquei preocupa<strong>do</strong> com o<br />

andamento <strong>do</strong> processo. Visitei muitas vezes os<br />

verea<strong>do</strong>res e telefonei ao prefeito cobran<strong>do</strong> a<br />

<strong>de</strong>finição, porque eu também recebia telefonemas<br />

<strong>de</strong> Ibiúna a respeito.<br />

- Professor, estas coisas tem que esperar a<br />

maré. Tenha mais paciência, - diziam eles. Assim,<br />

esse ano passou.<br />

Nisso, o sr. Massayuki Maeda veio ao Japão<br />

a fim <strong>de</strong> prorrogar a estadia da filha Mizue, que<br />

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viera junto comigo para apren<strong>de</strong>r corte e costura<br />

no Japão. Foi exatamente na ocasião que a câmara<br />

estava reunida. Então, o sr. Maeda e eu <strong>de</strong>cidimos<br />

enfrentar a câmara <strong>do</strong>s verea<strong>do</strong>res.<br />

Lá na câmara <strong>do</strong>s verea<strong>do</strong>res, o sr. Maeda<br />

fez um discurso abrasa<strong>do</strong>r, dan<strong>do</strong> ênfase na<br />

importância <strong>do</strong> intercâmbio Brasil-Japão. Em<br />

seguida, tive também a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer o<br />

discurso mais importante <strong>de</strong> minha vida. Como já<br />

havia convenci<strong>do</strong> individualmente os verea<strong>do</strong>res,<br />

to<strong>do</strong>s eles <strong>de</strong>monstraram gesto <strong>de</strong> apoio com um<br />

leve sorriso. Desta forma, no dia 19 <strong>de</strong> março <strong>de</strong><br />

1987, a câmara <strong>do</strong>s verea<strong>do</strong>res da prefeitura <strong>de</strong><br />

Kushima, com a votação unânime aprovou o<br />

<strong>de</strong>creto cida<strong>de</strong> irmã com a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ibiúna.<br />

Telefonamos imediatamente à Ibiúna. O sr. Kenji<br />

Sugahara entrou em contato com o prefeito e foi<br />

<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> a visita <strong>de</strong>le à cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Kushima.<br />

O dia 21 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1989, era um dia<br />

ensolara<strong>do</strong>. Estavam presentes o prefeito <strong>de</strong> Ibiúna<br />

e sua família, o presi<strong>de</strong>nte da câmara <strong>do</strong>s<br />

verea<strong>do</strong>res, o sr. Massayuki Maeda, o sr. Kenzi<br />

Sugahara. A solenida<strong>de</strong> da assinatura foi gravada<br />

para ser transmitida pela emissora <strong>de</strong> TV à to<strong>do</strong><br />

território japonês. Fiquei num canto observan<strong>do</strong> a<br />

cena; meus óculos ficaram embaça<strong>do</strong>s com as<br />

lágrimas <strong>de</strong> tanta emoção que escorriam sem parar.<br />

Não enxergava nada,apenas ouvi os discursos <strong>do</strong>s<br />

prefeitos <strong>de</strong> ambas as cida<strong>de</strong>s.<br />

Naquela noite, convi<strong>de</strong>i os visitantes<br />

brasileiros à minha casa, on<strong>de</strong> brindamos pelo êxito<br />

alcança<strong>do</strong>, ten<strong>do</strong> como intérprete o sr.Kenji<br />

Sugahara que animou a festinha familiar até alta<br />

noite.<br />

No dia seguinte, realizou-se a festa <strong>do</strong><br />

acontecimento no cabo Toi; o filho e a filha <strong>do</strong><br />

prefeito Zezito tocou o enorme tambor <strong>de</strong> "bon-<br />

o<strong>do</strong>ri" e o povo ficou aclaman<strong>do</strong> com admiração a<br />

dança <strong>do</strong> prefeito estrangeiro e aplaudiram muito.<br />

No dia seguinte, o prefeito fez uma palestra no<br />

ginásio Fukushima, ten<strong>do</strong> a Mizue Maeda como<br />

intérprete; as crianças <strong>do</strong> ginásio não quizeram<br />

soltar a filha <strong>do</strong> prefeito e ro<strong>de</strong>aram-na para<br />

receberem os apertos <strong>de</strong> maõs que nunca<br />

terminavam.

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