13.04.2013 Views

História do Desenvolvimento Da Colônia Nipo Brasileira de

História do Desenvolvimento Da Colônia Nipo Brasileira de

História do Desenvolvimento Da Colônia Nipo Brasileira de

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

que caminhão é uma coisa que não apodrece em<br />

um ou <strong>do</strong>is anos, <strong>de</strong>ixe na chuva mesmo. Não há<br />

nenhuma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> construir garagem.<br />

Discutimos tanto sem chegar a nenhuma conclusão.<br />

Voltei à Ibiúna com a diretoria, a qual expus a<br />

atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrada pelo sr. Shimomoto. Então, a<br />

diretoria chegou a um consenso <strong>de</strong> construir a<br />

garagem por conta própria. Logo, compramos<br />

tijolos, cimento, outros materiais e iniciamos a<br />

obra. Nisso, Shimomoto proibiu o uso <strong>do</strong> dinheiro<br />

<strong>do</strong> cofre da Cooperativa. Foi uma briga visan<strong>do</strong> o<br />

progresso da região, mas como ele vetara o gasto,<br />

coloquei meu próprio dinheiro, $85:000.000<br />

(oitenta e cinco contos <strong>de</strong> réis) em dinheiro daquela<br />

ocasião, e construímos uma garagem <strong>de</strong> 28 por...<br />

MIYAJI - 12 metros.<br />

KAWAKAMI (Ta) - Seja como for, eu apliquei<br />

meus $85:000.000 e construímos a garagem. Na<br />

inauguração fizemos um simples churrasco e, no<br />

dia seguinte, fui pedir ao sr. Nishimura (diretor da<br />

C.A.C.) para que me pagasse um aluguel mensal<br />

da garagem, visto que eu havia investi<strong>do</strong> o meu<br />

próprio dinheiro. Sr. Nishimura ficou perplexo e<br />

disse-me que não era justo construir uma garagem<br />

<strong>de</strong>ntro da proprieda<strong>de</strong> da Cooperativa e querer<br />

cobrar aluguel. Mas, continuei exigin<strong>do</strong> o<br />

pagamento <strong>do</strong> aluguel até ele me dizer: - Está bem.<br />

o aluguel não posso pagar, mas vou quitar tu<strong>do</strong> o<br />

que você gastou na construção da garagem. Traga-<br />

me todas as notas ficais e comprovantes. Tu<strong>do</strong><br />

correu exatamente como eu havia planeja<strong>do</strong>.<br />

TODOS - (gargalhada geral).<br />

KAWAKAMI (Ta) - Naquela época, com cem<br />

mil réis dava para comprar um saco <strong>de</strong> arroz, um<br />

saco <strong>de</strong> sal, um saco <strong>de</strong> açúcar e um <strong>de</strong> farinha <strong>de</strong><br />

trigo.<br />

MIYAJI - A gente trabalhava o ano to<strong>do</strong> e não<br />

conseguia ter nem quatro contos <strong>de</strong> réis.<br />

TODOS -(riem)<br />

135<br />

KAWAKAMI (Ta) - Um saco gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> farinha<br />

<strong>de</strong> trigo custava uns 15.000 réis. Um enxadão<br />

custava uns 1.800 a 2.000 réis.<br />

MURAMATSU - Naquela época as coisas eram<br />

baratas. Com o ganho <strong>de</strong> um dia dava para comprar<br />

muita coisa. Quanto ganha um camarada hoje?<br />

1.000 ? 1.200, talvez. Seja como for, antigamente<br />

com esta quantia dava para comprar um casacão<br />

<strong>de</strong> couro.<br />

KAWAKAMI (Ta) - Naquela época a diária que<br />

pagávamos aos trabalha<strong>do</strong>res era 2.000 réis a 2.500<br />

réis. Se ele trouxesse a marmita pagávamos 3.000<br />

reis. Também, um saco <strong>de</strong> batata custava ente<br />

24.000 a 30.000 réis. As vezes 35.000 réis!<br />

MURAMATSU - Plantar batata era um ótimo<br />

negócio.<br />

KAWAKAMI (Ta) - Além <strong>de</strong> ótimo. Imagine, o<br />

preço <strong>de</strong> um saco <strong>de</strong> batata era equivalente a um<br />

saco <strong>de</strong> Arroz Osório!<br />

MURAMATSU - Era um preço e tanto.<br />

KAWAKAMI (Ta) - Naquela época havia o Arroz<br />

Osório que era o melhor. Um saco <strong>de</strong>sse arroz com<br />

um saco <strong>de</strong> batata especial tinha o mesmo valor. A<br />

gente falava especial, mas especial daqueles tempos<br />

era inferior da batata especial <strong>de</strong> hoje.<br />

MIYAJI - Imagine, po<strong>de</strong>r trocar um saco <strong>de</strong> batata<br />

por um <strong>de</strong> arroz!<br />

KAWAKAMI - Era nessa base.<br />

KAWAKAMI (Tsu) - Naquela época, um<br />

caminhão <strong>de</strong> batata era entre 15 a 20 sacos.<br />

KAWAKAMI (Ta) - Era 20.<br />

KAWAKAMI (Tsu) - Era os bons tempos. Se<br />

levasse um caminhão <strong>de</strong> batata ao merca<strong>do</strong>, com<br />

esse dinheiro podia comprar um caminhão zero

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!