OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana
OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana
OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Nã s’ importe qu’ é o devere<br />
Para defender Portugale.<br />
Dos Açores tô-le a mandare<br />
Esta carta qu’ há-d’ tchegare<br />
Cõ saudades pà minha mãe<br />
Pedimos à Virgẽ Maria<br />
Pa nos guardar noite i dia<br />
Porque nõ chore minha mãe<br />
Desde o dia que daí saí<br />
Do vapor le disse adeus<br />
Nesse adeus oyê por si<br />
Oyê ò longe i nã a vi<br />
I o fitar dos oyos seus.<br />
O retrato que m’ mandô<br />
Trago sempre bẽ guardado,<br />
Lev’ aí o mê lençol,<br />
i este valente soldado.<br />
Dentro desta cartinha<br />
Leva bêjos minha mãe<br />
Sõ pra si, i par’à avozinha,<br />
I para mê pai tambẽĩ.<br />
Eu q’ando nasci chorava<br />
Cõ pena de ter nascido,<br />
Parece que adivinhava<br />
Que era mal assucedido<br />
Era na cidade de Pica-Pau,<br />
Pique nã pique está tudo mau,<br />
I era no princípio do mundo<br />
Que ê nã sabia nadare,<br />
Bati cos colhões no fundo...<br />
Foi munto bonita<br />
Ind’ hoje é veya i é bonita,<br />
Qu’ isto, é um copo de fineza<br />
Bordado à prata fina<br />
É bonita, na certeza,<br />
É como o sol q’ando declina,<br />
É o mas lindo jardim<br />
Qu’ o sol tẽ iluminado,<br />
Ê cara mas linda nã vi<br />
103<br />
103