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OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana

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Não faltam exemplos, mesmo, de completa desaparição desse<br />

–s.<br />

Assim, em Olivença:<br />

- I até tínhas agarrado mah ehpárragoh (2-C)<br />

- I munto miyore, i nã tinhah cansado tanto. (2-C)<br />

- atão, o siore aperceberia uns peúgo?(3-B)<br />

-Pa sacar a Ehpẽnha das suas doenças (4-B)<br />

- Ó colegas portuguese!(4-B)<br />

-ficastes aqui sozinho, sabih?(5-C)<br />

-isto não to posso dare porqu’é de mê marido, ma...(6-B)<br />

Em Campo Maior este traço não deixa de aparecer nos meus<br />

informantes, se bem que com muita menor frequência do que em Olivença;<br />

na maior parte dos casos é um –s implosivo mais relaxado do que é normal<br />

em Português padrão. Os exemplos correspondem a um –s muito relaxado,<br />

de maneira que nem sempre é fácil diferenciar entre –s relaxado ou<br />

aspiração, pois, como já foi apontado, a fronteira entre ambos os sons é<br />

difusa, não faltando exemplos em que mais do que aspiração há quase<br />

completo desaparecimento de –s. Em todo o caso, em Campo Maior parece<br />

melhor falar de relaxação de –s, mais que de aspiração (represento por um<br />

(s) quando o s é relaxado)<br />

Feita esta ressalva, dou os exemplos que me pareceram mais<br />

evidentes:<br />

-...e essa dita e(s)trada (D)<br />

-ma nunca se compara com Campo Maior (D)<br />

-Agora tá aqui Arronche(s)...já passa igual ẽ Arronche(s),<br />

como cá(D)<br />

-E temos ali Degolado(s)(D)<br />

-i é o conceyo ma(s) rentábel dos quinze conceyos (E)<br />

-ficarõ cos coyões entr’a(s) perna(s)(E)<br />

-sabe o que sã oveya, e cabra?(E)<br />

-os capitalistas nã querẽ saber dos trabayadore!(E)<br />

-ê disse isto à Assemblêa da República quatro ô cinco veze(E)<br />

Não escutei relaxação do –s nas informantes F, G, mas sim no<br />

informante H (talvez o que mais contactos teve com a Espanha, pela sua<br />

etapa como contrabandista):<br />

-Tênho um fiyo ma(s) nã sêi dele (H)<br />

- Ê nã sê ler nẽ ‘screvere, mai(s), deitê uma carta a minha<br />

mãe...(12-H)<br />

A confusão b/v<br />

A distinção entre b bilabial e v labiodental é fenómeno próprio<br />

do português padrão, ocorrendo a confusão em bilabial,<br />

predominantemente, nos dialectos setentrionais.<br />

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