OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana
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APÉNDICE: TEXT<strong>OS</strong> ORAIS<br />
A seguir transcrevo alguns dos textos que servem de base para<br />
a realização do presente trabalho, procurando sejam o mais representativos<br />
que possível dos traços escolhidos para caracterizar os distintos falares,<br />
transcritos consoante os critérios expostos no início.<br />
TEXTO 1<br />
(Informante B): Uma excursão a Portugal<br />
Bom, já lá ẽ tempos, fizemos por a estrada de Estorili uma<br />
excursão, ponte de Salazari, ceámos ẽ Caparica, viemos a ‘sperar à Estufa<br />
Fria donde jantámos admiravelmente pimporaniamente òdespois saímos,<br />
fomos a dar um passêio por a Boca do Inferno, donde regressámos à noite i<br />
nos hospedámos ena residência de Almirante... de três estrelas ena rua de<br />
Almirante esrrêi, donde permanecemos durante a noite a descansare. Ò dia<br />
siguente alevantámos, saímos por a estrada de Nazaré, donde alẽ jantámos,<br />
estivemos bayando uma chotice, nos divertimos marabiyosamente,<br />
continuando a marcha chigamos até a Fátima, donde alẽ fizemos noiti,<br />
estivemos, por todo o recinto, vendo as maraviyas qui hai enaquela cidade<br />
de Fátima i o bonito que está toda aquela esplanada i extensão donde<br />
fizemos estância por a noite, da dormida eno Convento das monjjas<br />
Hermanitas da Caridadi que está alẽ ao lado, até o dia siguinte, que<br />
partêmos já, passando pa’spãnha, por Elvas, i demos carga, à Aduana, sobri<br />
as doze da noiti, donde regressámos a Badajoz, i cada um ò sê domicílio a<br />
descansar pimporaniamente.<br />
TEXTO 2<br />
(INFORMANTE C) Na serra de Alor<br />
Ãtão, agora, o que vamos a vere, que, vẽs munto cansado,<br />
nã, Zéi? Tẽs andado só trás de mim, poderias ter andado todo ao derêto,<br />
sabis? I atão tínhas agarrado mah ehpárragoh. Tínhamos agarrado muntoh<br />
mah espárrago, eh? I munto miyore, i nã tinhah cansado tanto. Agora<br />
agarremos i vamos daqui... enté ali ao cabeço aquele. Porque ali no cabeço<br />
aquele está o romêro, eh? I logo, agarremos aí por a estrada abaxo, i demos<br />
a volta, aí à... à roda da... da mancha, i ali agarraremos ah... ah<br />
madronhêras, i logo já, partimos pa’baxo, enté..., enté a estrada. Tu queres<br />
ir por a estrada ô queres ir ao derêto por as olivêras d’abaxo? Te dá o<br />
mesmo? Bueno, pos atão, vamos por ali, porque já... hoje nos cai munto<br />
longe ir ao monte. Aí mas arriba hai ôtra fonte. A última hora vamos a ver<br />
a essa fonte aí, i logo já vimos pa’baxo por um caminho que vai aí abaxo,<br />
eh?. Assi qui, nã sêi... ô chegaremos enté lá mas arriba, que hai ôtra<br />
estrada, que baxa aí por a metade da mancha...eh? i aí,... nã sê se<br />
agarraremos alguns espárragos aí, aí mas arriba tẽ que haber munta<br />
esparraguêra tamẽĩ, mas tu já estás munto cansado!, hehe!, eh? Ê pensê que<br />
ê andaba menos ca ti, i ando maih ca ti! Tênho mah fortaleza, p’andare! I o<br />
dia que fostes a Portugale? O dia que tu ias a Portugale ... é munto mah<br />
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