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OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana

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)Com nomes próprios de pessoa<br />

O normal é o uso do artigo, quer em Olivença, quer em Campo<br />

Maior. Maria de Fátima Rezende F. Matias assinala casos de supressão<br />

perante nomes próprios. Quanto aos meus informantes temos:<br />

Em Olivença:<br />

-A Mari inda n’abalô(A2)<br />

-ê fui à da Júlia(8-A2)<br />

-Vêo o Quini, vêo o ôtro piqueno...(A2)<br />

-e o Jjoaquim, e o Jjoaquim? Digo, o Jjoaquim ‘stá bẽĩ!(A2)<br />

Nalgum caso não aparece o artigo, mas não é o mais comum:<br />

- Anita tem tido agayas pa trabayare(A2)<br />

Em Campo Maior:<br />

- concretamente o industrial de Campo Maiore, o Rui<br />

Nabêro(10-E)<br />

- e munta gent’ pensa que o Rui Nabêro é qu’é o dono de<br />

Campo Maiore(10-E)<br />

Pronome<br />

a)Colocação dos clíticos.<br />

Maria de Fátima Rezende Matias assinala a frequente<br />

colocação proclítica do pronome como um dos traços em que melhor se<br />

revela a espanholização do português da zona de Olivença.<br />

Em todos os meus informantes oliventinos este traço é o mais<br />

comum, o maioritário em termos absolutos:<br />

-i nos hospedámos ena residência de Almirante... (1-B)<br />

-nos divertimos maraviyosamente (1-B)<br />

-te dá o mesmo?(2-C)<br />

-foi à casa, lo contô à muyere(2-C)<br />

-nã posso fumare, me diz o médico (2-C)<br />

-se o mê fiyo tẽ umas possibilidades, as posso aprovetari!(A2)<br />

-lo juro, eh?(A2)<br />

- me chama fêa, me chama tudo o que quere(A2)<br />

-Esta casa a comprê cõ munta esclavitú (A2)<br />

Não faltam, porém, casos de colocação enclítica, embora<br />

minoritários:<br />

-os siores divertẽ-se, estão a gosto (3-B)<br />

teu avô já morreu, i dêxô-me a porta aberta(3-B)<br />

-i o médico disse-ye (2-C)<br />

-Pois agora regalo-le o café(A2)<br />

Com verbos em infinitivo, a colocação em português europeu<br />

admite diferentes possibilidades.<br />

As alterações que observamos no português oliventino(que<br />

não recolhe Maria de Fátima Rezende F. Matias) não são de gramática<br />

neste ponto, quer dizer, não contradizem as regras gramaticais mas, entre as<br />

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