OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana
OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana
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Em Campo Maior a contracção também ocorre, mais<br />
sistematicamente com o artigo determinado, como em Olivença 23 , mas por<br />
vezes ela não é feita:<br />
-Ficarõ cos coyões entr’ah pernah(E)<br />
-I a minha vida profissional era cõ um carro e uma mula (E)<br />
-porque eu trabalhava na agricultura cõ um trator piqueno e<br />
uma mula(E)<br />
-I vã vivendo co dia a dia e pronto(E)<br />
- a bailarmos as raparigas umas cas ôtras...(G)<br />
- A cantarẽ as saias, cõ as bandêritas(F)<br />
- tranquilo da vida que ninguẽ se metia ca gente(H)<br />
-bati cos colhões no fundo (12-H)<br />
-o pão era semeado à mão, c’uma foice(H)<br />
- Dexô a mulata i juntô-se c’uma marroquina (H)<br />
- Falava (um rapaz) c’uma rapariga...(12-H)<br />
Contracção com a preposição em<br />
Aqui parece existir oscilação entre fazer a contracção ao estilo<br />
do português padrão e da língua falada em quase toda a área galegoportuguesa<br />
(no, na, nos, nas) ou aparecer a contracção ao modo<br />
“medievalizante” (eno, ena, enos, enas), que pode aparecer também quando<br />
a preposição contrai com o artigo indefinido ou com demonstrativos:<br />
enaquela, enuma, etc.<br />
Quanto a Olivença, predomina a variante eno, ena..., enuma,<br />
enaquela..., mas também existe a variante maioritária em galego-português<br />
moderno:<br />
-nos hospedámos ena residência de Almirante...(1-B)<br />
-eno Convento das monjjas Hermanitas da Caridadi(1-B)<br />
-Já, enuma excursão próxima que faça sobri a Lisboa (4-B)<br />
-vendo as maraviyas qui hai enaquela cidade de Fátima (1-B)<br />
-Uma das bezes que estabã três compadres, sentados numa<br />
estrada (7-B)<br />
-Porque ali no cabeço aquele está o romêro, eh?(2-C)<br />
- Atão, o rapaz aquele que estaba lá no despacho...(5-C)<br />
-e agora teremos que ir a sacar a terra essa que tá na<br />
estrada(5-C)<br />
-dá um toque, eno teléfano (A2)<br />
Maria de Fátima Rezende Matias diz ter recolhido estas<br />
formas não contractas, isto é, analíticas, apenas em zona espanhola<br />
(Olivença e Vila Real) E, ainda, ela interpreta estas formas como em na,<br />
em uma, em nos..., e atribui-as à influência espanhola. Do que eu ouço nas<br />
23 Apesar dos exemplos das gravações, em que tem lugar a contracção, não é estranho que não seja tão<br />
sistemática como em Olivença, pois a influência do padrão de Lisboa deve inclinar para ela não ser feita.<br />
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