OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana
OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana
OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
É traço frequente, em Campo Maior, mesmo a pessoas muito<br />
novas. Assim:<br />
-ele carrega tudo (D)<br />
Outros fenómenos<br />
-Prótese:<br />
Leite de Vasconcelos regista-o em Tolosa (Nisa), Elvas,<br />
Alandroal, Castro Verde. São casos como acipreste, arreceber, agarrafa,<br />
atravessa...<br />
Em Olivença só o registei nalgum caso nas gravações, sendo<br />
especialmente sistemático no caso dos verbos alevantar e alembrar (por<br />
levantar e lembrar):<br />
- o siore aperceberia uns peúgo?(3-B)<br />
-Ao dia siguinte alevantámos (1-B)<br />
-nã te alembras? (A2)<br />
Não aparece o fenómeno nos informantes campomaiorenses:<br />
É desde pequenino que me lembro(D)<br />
-Epêntese:<br />
De i semivocálico, a fim de evitar o hiato:<br />
Leite de Vasconcelos refere este fenómeno em Tolosa (Nisa),<br />
Avis, Castelo de Vide, Ourique, em casos como é-i-ela, a-i-água, é-i-ôtra,<br />
é-i-êle...<br />
Nunca o registei em Olivença, nem nas gravações, nem na<br />
minha lembrança. Também não se escuta nas gravações de Campo Maior.<br />
É também frequente o desenvolvimento de j ou w antes ou<br />
depois de a átono, segundo Maria de Fátima Rezende F. Matias (Matias<br />
1980-1986: 229) em casos de interferências da língua espanhola.<br />
Em Olivença registei alguns casos, como antigua,<br />
antiguamente (claros espanholismos), e também o caso de párvua, difícil<br />
de explicar como influência espanhola:<br />
-é párvua, é párvua (A1)<br />
-Paragoge de i (ou e) após –r, -l, e, ê:<br />
Leite de Vasconcelos registou-o em Tolosa(Nisa), Avis,<br />
Alandroal, Vila Viçosa em palavras como soli, sali, pindurari, rumperi....<br />
Mas é fenómeno fácil de escutar no Alentejo, como na vizinha Elvas, por<br />
exemplo.<br />
Em Olivença, é traço geral e universal após –r, -l, e costuma<br />
aparecer no fim de um grupo fónico, após uma pausa, por breve que ela<br />
seja:<br />
- é donde o siore pode encontrare..(3-B)<br />
- isto é um premore... um premore...(3-B)<br />
- nã divia di nacêri (...)todos a querẽ comere (3-B)<br />
-mais bonito é Alandroale (3-B)<br />
31<br />
31