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OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana

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O fenómeno, amplamente documentado em espanhol, é<br />

universal nas zonas castelhano-falantes vizinhas (Badajoz, Almendral,<br />

Villanueva del Fresno, etc)<br />

Porém, é preciso distinguir entre a simples deslateralização,<br />

presente no Brasil, por exemplo, e o yeísmo do castelhano meridional<br />

circundante (chamado também rehilamiento) em que, para além da<br />

deslateralização, ocorre um som que em boa medida se aproxima da<br />

fricativa palatal chiante sonora representada em português por j, ou dum<br />

som africado palatal, realizações todas elas frequentes no espanhol<br />

meridional de Extremadura em geral, e da zona de Badajoz em particular.<br />

A respeito deste rehilamiento, Alonso Zamora Vicente<br />

(Zamora Vicente 1967: 78) assinala o seguinte:<br />

“El yeísmo consiste en un ablandamiento de la<br />

articulación. La l se articula aplicando el dorse de la lengua al paladar y<br />

dejando descender los bordes, la parte más fuerte de la lengua, para dejar<br />

por allí paso libre al aire. El proceso más general es de invertir esos<br />

movimientos y dejar libre el centro, con lo que la articulación se<br />

convierte de lateral en central (…)<br />

En español lo corriente es una y medio-palatal, pero con<br />

gran frecuencia presenta propensión al rehilamiento, z, con mayor o<br />

menor intensidad. En España, el mayor grado de zumbido por<br />

rehilamiento corresponde sin duda a Extremadura (Mérida y provincia<br />

de Badajoz)” (o itálico é meu)<br />

Maria de Fátima de Rezende F. Matias refere o fenómeno na<br />

zona de Olivença, coexistindo com a pronúncia lateral que ainda subsiste,<br />

especialmente nas aldeias de S. Bento e em Vila Real, se bem que a<br />

pronúncia lateral em clara decadência. Ao contrário, em Campo Maior e<br />

Ouguela, onde também ocorre o yeísmo, a influência é a inversa, quer<br />

dizer, a do português padrão que conserva com plena vitalidade o som<br />

palatal lateral (Matias 1980-1986: 154-156)<br />

Em Olivença, como em Campo Maior, o yeísmo é um<br />

fenómeno geral, talvez atribuível a uma influência castelhana anterior à<br />

Guerra das Laranjas, pois que doutra maneira não seria fácil explicar a sua<br />

presença em Campo Maior, vila que tem continuado a pertencer a Portugal,<br />

desde 1297 até à actualidade.<br />

Ainda que lembre ter escutado o som lateral lh numa das<br />

aldeias de Olivença (Vila Real), também me recordo do yeísmo como o<br />

mais habitual em toda a zona. Todos os meus informantes, mesmo<br />

procedendo das aldeias (concretamente S. Jorge), são absolutamente<br />

yeístas, nalguns casos a pronúncia da grafia lh por estes falantes se<br />

aproxima em boa medida do yeísmo do castelhano meridional extremenho<br />

vizinho. Isto é assim, em maior medida do que em C e em B, no casal A1-<br />

A2, em que a pronúncia se achega bastante, quando não se identifica, com<br />

o yeísmo do castelhano da zona.<br />

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