13.06.2013 Views

OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana

OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana

OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

gravações dos informante B, A1 e A2, deduzo mais uma realização com<br />

perda de nasalidade da preposição em: eno, ena, enos, enas...<br />

Em Campo Maior apenas aparecem as formas coincidentes<br />

com o português padrão:<br />

-ê naci numa estrada(D)<br />

-porque nunca na minha vida fui à escola(E)<br />

-est’aqui na agricultura, aquele na agricultura (E)<br />

- escrevia el’ sozinho, no pote(G)<br />

Não parece necessário dar mais exemplos.<br />

Contracção com a preposição por<br />

Aqui a norma geral nos informantes B e C é não fazer<br />

contracção alguma (por o, por a, por os, por as), contrariando assim o uso<br />

geral português (que contrai em pelo, pela, pelos, pelas):<br />

-fizemos por a estrada de Estorili uma excursão (1-B)<br />

-fomos a dar um passêio por a Boca do Inferno (1-B)<br />

-donde fizemos estância por a noite (1-B)<br />

-I logo, agarremos aí por a estrada abaxo (2-C)<br />

-por a presbítera saúde que tiberom (4-B)<br />

-o que está fazendo por a tua fiya (A2)<br />

Maria de Fátima Rezende Matias recolhe também estas formas<br />

analíticas, ainda que só as encontre em zona espanhola (Olivença e Vila<br />

Real), explicáveis, segundo ela, por influência espanhola 24 .<br />

Quanto a Campo Maior não é possível deduzir muita coisa do<br />

informante E, por nas gravações não ocorrerem exemplos de possível<br />

contracção ou não contracção. Quanto aos outros informantes, ouve-se com<br />

maior ou menor clareza a forma antiquada polo, especialmente na<br />

informante G:<br />

-...dizẽ qu’é a festa dos contrabandistas, polos q’...aqui só<br />

havia contrabandistas em Campo Maior...(D)<br />

- polo campo, polo campo!(G)<br />

- agarrô ôtra vida, polo que sabia ler alguma coisa(11-G)<br />

-o que a gente faz polos fiyos i agora chegado um ponto destes<br />

(H)<br />

Parece, porém, razoável pensar na presença da forma contracta<br />

pelo, pela, pelos, pelas..., coincidente com o padrão de Lisboa, ao menos<br />

em falantes mais novos ou de camadas sociais mais permeáveis à sua<br />

influência.<br />

24 Estas formas analíticas sem contracção, porém, não são completamente alheias ao âmbito galegoportuguês.<br />

Fernández Rei (1991: 68) afirma que “...nunha pequena zona do centro e suroeste de Ourense<br />

é total a inexistencia das formas –lo(s), -la(s), mesmo coa preposición por (por o dia, por a noite, vou ver<br />

os nenos, vistes os nenos?)”<br />

45<br />

45

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!