OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana
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4-3.-Contacto entre verbo e pronome<br />
Já falámos da ausência de tmese nos casos em que o pronome<br />
entra em contacto com verbos em condicional ou futuro de indicativo<br />
(farei-o, levarei-o, faria-o 37 )<br />
Quando a forma verbal acaba em nasal, o pronome nasaliza,<br />
como em português padrão: levã-no, comẽ-no, etc.<br />
Porém, existem outros casos que Leite de Vasconcelos<br />
recolheu em Tolosa (Nisa), em que o pronome nasaliza em contacto com<br />
formas verbais. Estas formas, se bem que em português padrão não estejam<br />
nasalizadas, dialectalmente podem ocorrer nasalizadas 38 e produzir a<br />
nasalação do pronome: troce-na, trove-na, ê comi-nas, ê bebi-no, ê<br />
comprei-na, bi-na, bebi-na, ê vi-nas aí, ele chamo-na... 39<br />
Nem Maria de Fátima Rezende F. Matias recolhe estas formas,<br />
nem eu nunca as escutei.<br />
4-4.-Contacto entre advérbio não e verbo<br />
É frequente a elisão vocálica entre o advérbio não seguido de<br />
verbo que comece por vogal, especialmente haver.<br />
Em Olivença 40 :<br />
-n’havia pagas!(A2)<br />
-A Mari inda n’abalô (A1)<br />
-Nẽ Reyes nẽ nada! Aqui n’hai um duro!(A2)<br />
Em Campo Maior sem contracção, mas em todo o caso não<br />
reduz a nã:<br />
-Dantes nã havia libredade...(G)<br />
-...nã havia mais distracções (G)<br />
-trabayar na agricultura, nã é?(H)<br />
5.-Advérbios<br />
Lugar<br />
Drento 41 : em Olivença concorre com dentro.<br />
-mas logo entra lá mas pa drento (A2)<br />
-metê-lo drento (4-B)<br />
-pa dentro, pa dentro!(A2)<br />
-aí deta pa lá pá pa dentro da carretiya! (5-C)<br />
Em Campo Maior, só registei dentro:<br />
-Dali pa dentro é o Mónaco (D)<br />
Maria de Fátima Rezende F. Matias regista drento em<br />
Ouguela.<br />
37 Cfr. Galego fareino, levareino, faríao.<br />
38 Ver mais acima, o caso de andim, falim, etc.<br />
39 Cfr. Galego tróuxena, eu cominas, eu bebino, eu compreina, vina, bebina, eu vinas aí, el chamouna...<br />
40 Cfr. Galego, onde são muito frequentes estas contracções: n’hai, n’había, n’o sei...<br />
41 No galego falado na zona de Sárria (Lugo) drento é forma muito comum.<br />
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