13.06.2013 Views

OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana

OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana

OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

c)Objecto das pesquisas<br />

Quer as gravações da década de oitenta, quer as conversas<br />

agora gravadas, versam sobre quaisquer aspectos tradicionais da zona:<br />

contos, cantares, narrações sobre a vida tradicional, vida quotidiana, etc.<br />

Isto é assim porque orientar a conversa para estes temas permite aflorarem<br />

melhor os traços típicos do falar tradicional, por abranger campos léxicos<br />

menos expostos a influências alheias, neste caso espanholas. Assim se<br />

procedeu quanto aos traços fonéticos e morfo-sintácticos.<br />

Destes traços seleccionei uma mostra ampla e representativa<br />

de fenómenos próprios do português alentejano seguindo, neste ponto, os<br />

trabalhos de Manuela Florêncio (Florêncio 2001), baseados, por sua vez,<br />

nas pesquisas do grande dialectólogo português Leite de Vasconcelos, e de<br />

Maria de Fátima de Rezende F. Matias (Matias 1980-1986) que fez um<br />

estudo que abrange toda a zona fronteiriça, concretamente Olivença, S.<br />

Bento, Vila Real, Juromenha, Elvas, Campo Maior e Ouguela 8 . Para a<br />

escolha destas características linguísticas segui o critério de dar relevância<br />

às que julguei mais interessantes ou representativas dos falares do Alentejo,<br />

com independência da sua extensão geográfica, tendo presente que, pelo<br />

meu conhecimento prévio, nomeadamente quanto a Olivença, já tinha<br />

noção mais ou menos clara dos traços que, fazendo parte desta listagem, ia<br />

encontrar ou não. Em todo o caso, por estranhos que possam parecer, todos<br />

os fenómenos linguísticos escolhidos aparecem documentados no Alentejo<br />

por Leite de Vasconcelos, como põe de manifesto o trabalho de Manuela<br />

Florêncio ou, mais especificamente, na zona de Olivença(e as suas aldeias),<br />

Elvas, Juromenha, Ouguela e Campo Maior, consoante o trabalho já citado<br />

de Maria de Fátima Rezende Matias.<br />

Quanto aos aspectos léxicos, preferi escolher uma mostra de<br />

palavras, objectos normalmente, cujas imagens representativas mostrei aos<br />

informantes, perguntando-lhes pelo nome desses objectos no falar da zona.<br />

Este método, directo, permite abranger o léxico pretendido em pouco<br />

tempo, sem os riscos que o método da conversa dirigida apresenta,<br />

concretizados, por exemplo, em não conseguir que o falante nomeie todos<br />

os objectos de que se procura informação.<br />

Neste ponto quis incidir especialmente na castelhanização do<br />

léxico em ambas as comarcas, escolhendo palavras em que é esperável a<br />

possível presença do termo espanholizado ao lado ou em lugar do termo<br />

português.<br />

Quanto à explicação de cada fenómeno linguístico, no campo<br />

fonético e morfo-sintáctico, à sua descrição seguirá a constatação da sua<br />

presença ou não nas fontes indicadas, com citação concreta de frase(s) ou<br />

trecho(s) de conversa em que ele aparece, caso efectivamente ocorra. A<br />

8 Os seus inquéritos, porém, foram feitos em 1971. A situação da língua pode ter variado desde então.<br />

8<br />

8

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!