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OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana

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Maria de Fátima Rezende F. Matias regista despôs e adepois<br />

na zona espanhola do seu estudo.<br />

Amanhẽ: Já foi estudado ao falarmos dos traços fonéticos.<br />

Atão/ãtão: Também já foi estudado.<br />

Quantidade<br />

Mas/ma(h)/mai(h): muito frequente, como já vimos.<br />

Mũ/mũĩ/munto: Maria de Fátima Rezende F. Matias recolhe-a<br />

na zona espanhola do seu estudo. Eu tenho-a escutado em Olivença, em<br />

frases como:<br />

-é mũ bonita(Olivença, conversa não gravada, 1985)<br />

-tínhamos tudo mũi severo... as mães erã munto...mũi<br />

severas(A2)<br />

Em forte concorrência com munto, presente em Olivença e em<br />

Campo Maior:<br />

-vẽs munto cansado, nã Zéi?(2-C)<br />

-hoje nos cai munto longe ir ao monte (2-C)<br />

-i atão, munto tuno...(6-B)<br />

-Mĩa mãe tinha cadêas de prata, munto bonitas(A2)<br />

- Mas tu, Jjúlia, tu falas munto bẽ, nã digas que nã(A2)<br />

-Agora sai munto cara, porque vẽ cantores.(D)<br />

- Campo Maiore é uma vila munto viva, é uma vila cõ pessoas<br />

munto honestas(E)<br />

-a cabeç’ inda tá munto boa (11-G)<br />

Pocachinho: Maria de Fátima Rezende F. Matias diz ser<br />

própria da linguagem popular. Registei um exemplo em Campo Maior:<br />

-Ganhando pôcachinho, se nã aumentassẽ as coisas, a coisa<br />

marchava(D)<br />

Modo<br />

Ãssim: Maria de Fátima Rezende F. Matias considera-a<br />

própria da zona espanhola. Já nos referimos a ela anteriormente.<br />

Negação<br />

Na, nã, no, nõ, não: Já o estudámos ao falar das<br />

monoptongações.<br />

Aqui apenas irei salientar o facto de ocorrer na sua forma<br />

plena (não), quer em Campo Maior, quer em Olivença, quando o advérbio,<br />

no seio da frase, aparece fonicamente acentuado, normalmente quando vai<br />

isolado ou em frases exclamativas.<br />

-não, assim como digo ao senhore (F)<br />

-não, não! Algo le passa ò Jjoaquín (A2)<br />

Nunca: com o significado de não/nã. Maria de Fátima<br />

Rezende F. Matias diz ser corrente na zona por ela estudada. Em nota a<br />

rodapé assinala também ter ouvido este nunca com o significado de não,<br />

em pontos do Alentejo como Estremoz ou Évora.<br />

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