OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana
OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana
OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
-onde fostis?<br />
-isso t’queria dezer, donde fostis?<br />
-ê fui à da Jjúlia, i tu?<br />
-a da Jjúlia?<br />
-à da mamá, da senhora!<br />
-ah, a tua mamá...<br />
-i tu donde fostis? A Alori?<br />
-A Alori<br />
-A Alor sozinho?<br />
-Sozinho.<br />
-pôs ê n’ quer’ que vayas sozinho que tás munto veyinho!<br />
i quẽ vistis, algum delis, não?<br />
-Nenguẽ...<br />
-Nenguẽ?....sozinho.<br />
-D’Alor pa cá, ia ca pata que te digo si me dói...<br />
-nã digas a pata!<br />
-...no coche do ... no carro do...<br />
-um amigo te trôxe no coche.<br />
B)“ESCLAVITÚ”<br />
...Nã podẽ, mas antiguamente, cõ noventa, cõ oitenta, ê os<br />
via andar cavando...os via...sabemos qu’ isso é munto ruim a esclavitú, mas<br />
ia, as veyas cõ um lenço à molinêra, i todas trabayando 64 , hoje uma criada,<br />
que se possa que nã se possa...Mas vom’ce vê uma moça trabayando cõ<br />
afã?, o sofá, a television...ias a trabayari fazendo ponto, fazendo crotché,<br />
fazendo o que podias, de dia e de noite... ê c’uma candêa... fiz umas<br />
cortinas aí bai... i gracias que à mĩa mãe le davõ a luz grátis, sabi? cõ uma<br />
candêa cosia de noite como uma descosida...quem vê vom’cê hoje coseri?<br />
nenguẽ...ãssim...e vendo a televisión..(...)<br />
-É que, a gente toda co paro, co paro...(...)as muyeres, sai<br />
p’aí a dar umas horas...fora! se falas pa ir à azeituna, e dizẽ, apanha-a tu!<br />
-Vevẽ do paro!<br />
-Uma gandularía tremenda. O que está bẽĩ, que hoje se (...)<br />
um pôco o corpo... mas o corpo quere trabayare... e quanto mas trabayas<br />
mas saúde tẽs...agora, ãssim todo o dia...mĩa mãe, cinco fiyas, cinco<br />
medayas...está esta aqui que o sabi...nã havia uma gandula. É que ali<br />
agarraba uma sapata e ali nã ficava uma... nẽ uma!(...) Um respêto<br />
tremendo...iss’era bonito, digã no que quêrã, aí vai, aí vai a educação, aí<br />
vai...ê agora se na minha casa tênho esclavitú é porque a aprendi, senã nã<br />
na tinha... os mês fiyos nẽ sõ borrachos, nẽ sõ drogaditos... nẽ fumam, nẽ<br />
bebẽ...isso é munto lindo... porquê? Porque o virõ de pequeninos... e agora<br />
pôs os pais sõ... às vezes têm que ir de rodiyas, trás deles... o respeto é um<br />
64 As realizações de lh nesta informante é claramente mais próxima do yeísmo estremenho do que nos<br />
outros informantes<br />
99<br />
99