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OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana

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Leite de Vasconcelos recolhe este uso em Avis, Santiago de<br />

Cacém, Ervidel, Beja, Serpa, Castro Verde, Mértola...<br />

Pessoalmente não lembro ter escutado em Olivença (mas é<br />

fácil passar inadvertido) Apenas nas gravações de Campo Maior aparece<br />

este emprego de nunca num possível caso:<br />

-mas nunca se compara cõ Campo Maiore (D)<br />

Afirmação<br />

Si: Maria de Fátima Rezende F. Matias refere-a como própria<br />

da zona espanhola do seu estudo, e parece suspeitar a sua origem<br />

espanhola, ao confrontar com o espanhol sí. Leite de Vasconcelos regista-o<br />

em Vila Viçosa.<br />

Em Olivença registei si e sim:<br />

- ó, neta, neta, tu sim mas i atão eu(3-B)<br />

- Si, nã habia tanta pedra(2-C)<br />

Em Campo Maior aparecem casos de sim com nasalidade<br />

dificilmente perceptível:<br />

-As festas do pobo, sim, iss’é da vontade do pobo (10-E)<br />

-Sim senhore!(G)<br />

Tamẽ(ĩ): variante, aliás, muito comum em português coloquial<br />

ou popular.<br />

É a única forma empregue pelos meus informantes<br />

oliventinos:<br />

- tẽ que haber munta esparraguêra tamẽĩ(2-C)<br />

-mah tamẽ me disse que nã me podia detar contigo (2-C)<br />

-Logo tamẽ pode ir a uma sala de festa(3-B)<br />

-A esclavitu do tê pai, tamẽ foi munto fêa (A2)<br />

O mesmo acontece em Campo Maior:<br />

-I o comboio vai lá tamẽ (D)<br />

-oye isso é o que mas fiz tamẽ(ĩ)(H)<br />

-Mas tamẽ(ĩ) andê por aí...(H)<br />

Excepcionalmente há um caso de também, no informante H,<br />

mas ocorre numa cantiga (já vimos que a linguagem duma cantiga não é de<br />

todo fielmente representativa do falar da pessoa que a canta ou diz, por ser<br />

um discurso fixo que permanece invariável na sua estrutura, bem como,<br />

relativamente, nas variantes linguísticas que podem permanecer<br />

fossilizadas) 45 :<br />

- I para mê pai tambẽĩ (12-H)<br />

45 Pense-se no que acontece com os romances, muitos dos quais de origem castelhana. Apesar de terem<br />

sido adaptados à língua de recepção conservam, muitos, castelhanismos. Mesmo alguns ainda se cantam<br />

em castelhano, especialmente em zonas fronteiriças. No caso da Galiza ainda é mais claro: a maioria dos<br />

romances são cantados popularmente em castelhano, se bem que em muitos deles se observe já o começo<br />

duma certa adaptação para a língua do intérprete.<br />

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