13.06.2013 Views

OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana

OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana

OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

nasal<br />

B)TRAÇ<strong>OS</strong> MORFOLÓGIC<strong>OS</strong><br />

(Florêncio 2001: 60-72 e Matias 1980-1986: 160-189)<br />

1.-Artigo<br />

Nasalação do artigo quando precedido de verbo acabado em<br />

Em Campo Maior aparecem, na informante G, casos de<br />

assimilação de verbo acabado em nasal com artigo definido, adquirindo<br />

esse tal artigo as variantes no, na, nos, nas, de modo análogo a como<br />

acontece com o pronome nos mesmos casos 21 :<br />

-nã ganhavã no suficiente (11-G)<br />

-dois i três fiyos, como tinhã nos mês pais (11-G)<br />

-todos fizerõ na quarta classe (11-G)<br />

Contracção do artigo definido (ou pronome) com a<br />

preposição a ou para<br />

Segundo Manuela Florêncio, nos trabalhos de Leite de<br />

Vasconcelos aparece o fenómeno recolhido em Elvas. Porém, é possível<br />

afirmar que ele ocorre em quase todo o domínio galego-português: o<br />

contacto entre a preposição a ou para e o artigo o costuma resolver-se em o<br />

aberto. Assim acontece em casos como vou ò rio, vou prò quintal.<br />

Em Olivença o normal é a contracção, mas também subsiste a<br />

forma plena:<br />

- i cada um ò sê domicílio a descansar pimporaniamente.(1-B)<br />

- foi um que foi ò bayo, i d’zia: fostes ò bayo i nã bayastes (5-<br />

C)<br />

-Ò morrer o pai, cinco qu’erom, nã vejas(A1)<br />

- ô queres ir ao derêto por as olivêras d’abaxo?(2-C)<br />

-Ò dia siguente alevantámos (1-B)<br />

Quanto à preposição para, é normal aparecer feita a<br />

contracção: pò, pà, pòs, pàs. Não aparecem nas gravações casos tipo prò,<br />

prà, pròs, pràs, mas isto não quer dizer que não ocorram, dado entrarem<br />

dentro da lógica da língua:<br />

- i tu vas pà cadêa(A2)<br />

Neste ponto, o português oliventino não se afasta da<br />

linguagem popular de toda a área galego-portuguesa.<br />

Em Campo Maior é normal também a contracção com a, mas<br />

nem sempre:<br />

-mas ò lado dessa dita ponte(D)<br />

-temos aqui a frontêra ò pé(D)<br />

-juntamente òs melitares antes do vinte e cinco de Abril(E)<br />

-Ao campo, ò campo (F)<br />

-assim como digo ò senhore (F)<br />

21 O fenómeno aparece também em galego: “son as tres” (o n soa dental, “sonas tres”, não alveolar como<br />

é a norma geral) “comen o caldo” (que soaria como “cómeno caldo”)<br />

42<br />

42

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!