OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana
OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana
OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
(4-B)<br />
-Ess’ qu’ tẽ quinto de derêto(A1)<br />
Registei alguns casos de conservação plena do ditongo:<br />
-Hai que mandar a fazer uma caldêira, de catorze mil metros<br />
-Ai, m’nina, se’stiberes de rêizinhos daria-te pra cantar i<br />
bayar uma chotici!(3-B)<br />
-...de três estrelas ena rua de Almirante esrrêi (1-B)<br />
A monoptongação é comum também nas formas verbais. No<br />
caso da primeira pessoa do singular do presente de indicativo de saber, sei,<br />
a conservação do ditongo também é relativamente frequente, mais talvez<br />
que noutros casos, talvez pela possível confusão duma forma<br />
monoptongada sê com o pronome ou a conjunção se:<br />
- Ê pensê que ê andaba menos ca ti, i ando maih ca ti!(2-C)<br />
- Regalarê-te um espiúgo, para que vayas tranquilo (6-B)<br />
-Convidarê a comadre Agustina (4-B)<br />
-Nã sê o que te diga(3-B)<br />
-I aí,... nã sê se agarraremos alguns espárragos (2-C)<br />
-...nã sê se vomecê me tẽ por tonta(A2)<br />
- Assi qui, nã sêi...(2-C)<br />
Quando o ditongo provém dum i antiiático, em palavras como<br />
aldeia, meia, ceia, areia a desaparição do i, e a correspondente conservação<br />
do hiato, também documentada em pontos do Alentejo, como já vimos, é<br />
norma geral no português oliventino, segundo lembro (arêa, aldêa, cêa...)<br />
Como exemplos oliventinos:<br />
- Mĩa mãe tinha cadêas de prata, munto bonitas (A2)<br />
-Vinham c’uma carroça, chêazinha de flores(A2)<br />
-Ê com a candêa, fiz umas cortinas...(8-A2)<br />
-A esclavitu do tê pai, tamẽ foi munto fêa (A1)<br />
-me chama fêa, me chama tudo o que quere (A2)<br />
- Vêo o Quini...Vêo o ôtro piqueno e disse(A2)<br />
-tirando das corrêas dum jornal(A2)<br />
Este ê costuma ser tão fechado que por vezes pode parecer um<br />
i: cadias, candias...<br />
Aparece apenas um caso de conservação do i:<br />
- Fomos a dar um passêio por a Boca do Inferno (1-B)<br />
Quanto a Campo Maior, a monoptongação é também universal<br />
nos dois informantes entrevistados, sendo um dos traços dialectais que<br />
melhor resiste a pressão do padrão lisboeta (que conserva o ditongo com<br />
dissimilação por abertura do primeiro elemento vocálico) O resultado é um<br />
ê fechado, como em Olivença e o Alentejo em geral:<br />
-limpar olivêras, azinhêras(D)<br />
- A enfermêra, tratava de mim como qualquer..(D)<br />
- ...porque ela é soltêra e tẽ um fiyo(D)<br />
20<br />
20