OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana
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-nã havia carro (H)<br />
-o pão era semeado à mão...(H)<br />
-Tomei caminho chão (12-H)<br />
Monoptongação de –ão em -õ<br />
Quer em Olivença, quer em Campo Maior, é frequente que –<br />
ão apareça reduzido a –õ, fenómeno também registado por Leite de<br />
Vasconcelos, segundo Manuela Florêncio. Ocorre, apenas, em posição<br />
proclítica:<br />
Em Olivença:<br />
-me puserõ o pega aqui (2-C)<br />
-I andõ as rapariga(2-C)<br />
-puserõ ẽ peligro (6-B)<br />
- por isso m’eriçabõ a mim os cabelos.(7-B)<br />
-Porque o virõ de p’quininos (8-A2)<br />
-Ai, Hermínia, nõ posso (A2)<br />
-O que falõ eles!(A1)<br />
-Nõ era pa desfrutar num hotéli(A2)<br />
-Ali todos os dias matavõ dôs ô três (A1)<br />
-que a mĩa mãe le davõ a luz grátis (8-A2)<br />
-nẽ sõ borrachos... nẽ sõ drogaditos...(8-A2)<br />
Nalguma ocasião aparece –õ por –ão, em posição tónica:<br />
-i a direçõ que a lebe boa(A2)<br />
-Isso é pa uma enformaçõ que vom’cê vai fazer...(A2)<br />
Em Campo Maior:<br />
- Nõ tẽĩ estremas, nõ tẽ(D)<br />
- Treze anos que nõ hai(D)<br />
-Aparte dos cafés Delta, que aparecerõ depois, e aparte dos<br />
cafés camelo que aparecerõ depois(9-E)<br />
- Os mês fiyos todos sõ formados...(E)<br />
- todos fizerõ na quarta classe(11-G)<br />
-mês pais sempre tiverõ(11-G)<br />
-todos aprenderõ à escola (11-G)<br />
-cantavõ-ye muntas cantigas i um dia cantarõ-ye uma<br />
(...)quadra(F)<br />
-nõ dexô número, nẽ dexô nada (H)<br />
-Sõ pra si, i par’à avozinha (12-H)<br />
Nem sempre é fácil saber quando a monoptongação é em –õ<br />
ou em –ã, talvez porque a vogal –õ soe mais aberta ou, ao menos, não tão<br />
fechada, como normalmente é esperável dum õ nasal, daí a dificuldade em<br />
separar as duas monoptongações.<br />
Até, por vezes, a vogal resultante da monoptongação parece<br />
ouvir-se sem nasalidade, ou com uma nasalidade menos intensa. É esta a<br />
razão por que optei por não reflectir o fenómeno nas transcrições, mas<br />
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