OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana
OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana
OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
3.-Método<br />
a)Trabalho de Campo<br />
Chegar-se-á às conclusões correspondentes aos objectivos<br />
indicados mediante o trabalho de campo, quer dizer, comprovando, in situ,<br />
a presença ou ausência destes traços, por meio do exame directo do falar de<br />
vários informantes, recolhido em gravações feitas com esta finalidade.<br />
b)As fontes<br />
As fontes de que me irei valer são as seguintes:<br />
-Gravações de informantes idosos realizadas expressamente<br />
nas duas localidades com ocasião do presente trabalho.<br />
Quanto ao falar de Olivença, diversas conversas por mim<br />
gravadas a informantes naturais e moradores da aldeia de S. Jorge de Alor.<br />
Portanto, todas as referências feitas a Olivença devem entender-se feitas<br />
aos informantes da aldeia de S. Jorge de Alor (quando assim não for, será<br />
expressamente indicado):<br />
Delas, aproveitei algumas gravações que foram feitas a dois<br />
informantes, hoje já falecidos, na Primavera e Verão de 1985.<br />
Um deles (que chamaremos B), na altura de uns setenta e<br />
cinco anos de idade, tinha o português como língua materna, língua que<br />
conservava bastante pura, com poucos castelhanismos, apesar de ter saído<br />
da zona com ocasião, por exemplo, da Guerra Civil espanhola.<br />
O outro (informante C), na altura de uns cinquenta e tal anos<br />
de idade, não tinha o português como idioma materno, pois que a sua mãe<br />
era da vizinha povoação de Almendral, se bem que costumava exprimir-se<br />
nesta língua na aldeia. Talvez por esta circunstância materna, ou por ser<br />
mais novo, o seu português estava mais castelhanizado.<br />
E fiz expressamente, com o ensejo do presente trabalho, outra<br />
gravação a um casal de S. Jorge de Alor, em 25 de Dezembro de 2006,<br />
casal que iremos chamar A, representando o marido por A1 (77 anos) e a<br />
mulher por A2 (79 anos) Destas pessoas obtive mais duma hora de<br />
gravação de grande valor pois que nela se registam quase todos os<br />
fenómenos apontados, apesar de a mulher passar, contínua e<br />
inconscientemente, de português para castelhano por causa de a minha<br />
presença ser alheia ao círculo em que ela normalmente se exprimia em<br />
português (marido e vizinhos mais idosos)<br />
Junto deste casal estava também a filha do informante B que<br />
conhece o português falado na zona, pois os seus pais eram falantes<br />
habituais desta língua, e ainda, a esposa deste informante B, que intervém<br />
no princípio da conversa. A presença da filha do informante B foi de<br />
grande utilidade por conhecer o casal de informantes A e a fala da zona,<br />
dando uma boa ajuda à hora de dirigir a conversa e evitar que,<br />
inconscientemente, A2 passasse para o espanhol. Deu-me também boa<br />
ajuda com o léxico da zona.<br />
6<br />
6